Trata-se de um intercâmbio transcultural em torno da arte, moda, desporto, a África e a sua diáspora. Organizada pelo ICMA – Goethe Zentrum de Maputo (centro cultural alemão), a mostra reúne trabalhos que exploram maneiras muito diversas e diferentes significados – sejam elas socais ou individuais – da moda e da roupa, acima de noção de bem de consumo e de factor económico.
Dacar, a capital do Senegal foi o palco escolhido pelos artistas, tendo estes, criado obras, muitas delas, híbridas. O trabalho no terreno foi realizado em Novembro de 2008, durante o workshop éponyme. A estilista alemã Zorha Opoku centra os seus trabalhos em transferências culturais: inspirou- se na dança da capoeira para o seu modelo “Jump Suits” em tecido branco que apresentou nas ruas de Dacar.
A estilista Zille Hamid preferiu inspirar-se nas cores da moda africana e utilizou tecidos tradicionais feitos à mão no Senegal para o design de um casaco. Nas suas reflexões sobre o workshop a fotógrafa e artista têxtil Simone Glides associa as criações integrando as técnicas e as tradições da arte da tecelagem local.
O trabalho da criadora de moda Ule Barcélos aborda a prática corrente entre as crianças e adolescentes menos favorecidos nos centros urbanos africanos de revalorizar e transformar roupas baratas acrescentando-lhes símbolos e marcas. No final houve ainda lugar para um desfile de jovens estilistas moçambicanos.
Desfilaram pela entrada da fortaleza modelos com as criações de Marinela Rodrigues, Taússe Daniel, Louiggi Júnior, Isis Mbaga e Taibo Bacar. Refira-se ainda que nos próximos dois anos a exposição irá ser apresentada em diversos países da África Ocidental, Oriental e Austral. Na fortaleza está patente até ao dia 5 do próximo mês.