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Insegurança é o principal obstáculo para equipes de resgate no Haiti

Os estrangeiros que atuam como voluntários nas ruas de Porto Príncipe enfrentam a insegurança na capital do Haiti após o terremoto devastador de terça-feira, além da falta de coordenação com as autoridades locais, o que dificulta muito os trabalhos.

“O maior problema é a insegurança. Ontem queriam sequestrar alguns de nossos caminhões, hoje quase não conseguimos trabalhar pelo mesmo motivo em algumas áreas. Há saques e pessoas armadas porque este país é muito pobre e as pessoas estão desesperadas”, afirma Delfín Antonio Rodríguez, chefe de operações da Defesa Civil dominicana.

Ele explicou que os centros médicos estão destruídos ou em colapso e que a cidade precisa de um grande hospital de campanha para atender o enorme número de feridos, mas que na situação atual é impossível. “Nós o montaríamos à noite e de manhã teria desaparecido”, afirma. “O outro grande problema é a falta de coordenação com as autoridades locais”, confirma o coronel José Cavallo, subdiretor da Defesa Civil.

Experientes em catástrofes naturais, os voluntários afirmam que nunca haviam visto uma de tal magnitude. Sobre a ajuda internacional necessária em caráter urgente, Rodríguez concorda: “Está chegando, mas não flui, provavelmente devido à insegurança. Nós estamos aqui arriscando nossas vidas porque somos vizinhos”. Mas as regras são estritas para estes contingentes que não possuem armas, começando por deixar os locais com o início da noite, mesmo que um resgate eteja na metade.

Na quinta-feira, a equipe dominicana trabalhou contra o tempo no centro de Porto Príncipe para retirar dos escombros um funcionário público que passou dois dias entre as ruínas, ao lado de um cadáver. “Como não trouxemos todo nosso material e em Porto Príncipe não há nada, tudo demora. Além disso, as estruturas dos edifícios estão muito frágeis”, explica o coronel Cavallo.

Os capacetes azuis da missão da ONU no país progegem as missões estrangeiras e algumas casas para evitar saques e roubos. Além disso, os bombeiros são insultados por haitianos que consideram que os primeiros não visitam as áreas que eles pedem. Em 24 horas, a equipe de dominicanos resgatou dos escombros 17 sobreviventes e retirou dezenas de corpos, incluindo mais de 20 senadores que estavam reunidos no momento do terremoto de terça-feira.

Quando ficam sabendo da presença dos voluntários, os haitianos levam feridos ao encontro dos estrangeiros. Alguns falam de escombros nos quais escutam vozes, como uma escola, onde garantem que há sobreviventes. Em uma casa próxima, bombeiros da Califórnia tentam resgatar duas mulheres que estão vivas. Algumas horas depois, uma delas já não responde. “Se souberem de algum lugar onde os haitianos escutam pessoas sepultadas, por favor nos digam”, apela um deles. Países do mundo inteiro começaram a enviar ajuda humanitária e assistência financeira ao Haiti, o país mais pobre das Américas.

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