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Inflação dos alimentos volta à agenda com subida dos preços

Os preços globais dos alimentos subiram, em Março, pelo terceiro mês consecutivo, levados pelos ganhos nos cereais e óleos vegetais, disse a Organização para Agricultura e Alimentação das Nações Unidas (FAO), esta Quinta-feira, colocando a inflação dos alimentos de volta à agenda económica.

Os preços dos alimentos bateram máximas recordes em Fevereiro de 2011 e estimularam os protestos relacionados à Primavera Árabe, com distúrbios civis nos países do Norte da África e do Oriente Médio. Os preços, então, recuaram, mas começaram a subir novamente em Janeiro.

O índice, que mede a mudança mensal dos preços de cereais, oleaginosas, lacticínios, carne e açúcar, ficou em média em 215,9 pontos em Março, ante dado revisado de 215,4 em Fevereiro, segundo dados da FAO.

O Índice de Preço de Cereais ficou em 227 pontos em Março, acima do valor registado em Fevereiro, com os preços do milho a mostrar ganhos, com suporte das baixas quantidades e a firmeza do mercado da soja, disse a FAO.

“Podes ver os preços a subirem mais a curto prazo”, disse à Reuters o economista sénior da FAO e analista de cereais, Abdolreza Abbassian, antes da actualização do índice.

A FAO também confirmou a sua previsão de queda de 1,4 por cento na produção global de trigo ante a safra recorde do ano passado, para 690 milhões de toneladas em 2012. Os altos preços do petróleo geraram preocupações inflacionárias desde o início deste ano.

Os preços ao consumidor em 17 países que usam o euro subiram 2,6 por cento em Março ante o mesmo período do ano passado, apesar da fragilidade económica da região.

“O índice de preço dos alimentos tem uma extrema correlação com os preços do petróleo, e com os preços do petróleo em alta vai ser difícil que os preços dos alimentos não acompanhem a tendência”, disse Nick Higgins, analista de commodities do Rabobank International.

Os preços de energia afectam a produção de fertilizantes, bem como os custos relacionados à distribuição de alimentos e o uso de máquinas agrícolas.

“Nós vimos, realmente, a queda do índice de alimentos no quarto trimestre de 2011 como sendo anormal e mais relacionada às liquidações pelas ameaças colocadas pela situação macroeconómica europeia, ao invés de fundamentos agrícolas”, disse ele.

O milho e a soja devem ser os maiores condutores dos mercados globais de cereais até que as novas safras sejam colhidas.

Fortes oscilações de preços são esperadas devido às mudanças climáticas nos principais países produtores, disse Abbassian.

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