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Indonésia realiza eleições favoráveis ao poder e adversas para islâmicos

A Indonésia vai às urnas nesta quinta-feira para votar em eleições legislativas e locais, que muito provavelmente reforçarão o presidente centrista Susilo Bambang Yudhoyono, apesar da crise econômica, e representarão um novo revés para os partidos islâmicos no maior país muçulmano do mundo.

Orgulhosos de pertencer à terceira maior democracia do mundo, depois da Índia e dos Estados Unidos, os 171 milhões de eleitores indonésios foram convocados mais uma vez para escolher deputados, representantes regionais e vereadores.

O pleito indonésio, considerado o mais complexo do mundo por ser organizado em um arquipélago de 5.000 quilômetros de extensão e 6.000 ilhas habitadas, também servirá para preparar o terreno para as eleições presidenciais, marcadas para julho.

Yudhoyono, um ex-general de 59 anos que conseguiu construir uma boa imagem internacional, parte como favorito para um segundo mandato de cinco anos. Em situação oposta, a meia dúzia de partidos procedentes dos círculos islâmicos está bastante desgastada, e aparece bem atrás nas pesquisas contra as formações nacionalistas (o PDI-P, o Golkar e o Partido Democrático, do presidente), apesar dos esforços para modernizar sua imagem.

Juntos, os partidos islâmicos não somam mais que 25% das intenções de voto, resultado que, se confirmado nas urnas na quinta-feira, consolidará a queda contínua destas formações, que nas legislativas de 2004 receberam o voto de apenas 38% dos indonésios.

A Indonésia, que tem quase 90% da população muçulmana mas mantém uma Constituição laica, é governada por partidos seculares desde sua independência, em 1945. “Pouco me importa que os partidos ou candidatos sejam ou não religiosos. Eu os escolho para dirigir um país, não uma mesquita”, diz Mohammad, um vendedor de Jacarta de 45 anos, cuja opinião é compartilhada por muitos indonésios, mais preocupados com a economia e as questões sociais.

Os indonésios gostam de Yudhoyono por ter estabilizado o país após os anos agitados que se seguiram à queda de Suharto, em 1998, que governou o arquipélago com mão de ferro durante 32 anos. “Sem que o mundo tenha percebido, a Indonésia se transformou em um país quase normal, inclusive muito tranquilo em relação a seus vizinhos, como a Tailândia, a Malásia e as Filipinas”, destaca um diplomata de Jacarta.

Os focos de tensões separatistas, em Aceh e Papuásia, foram mitigados apesar de crises esporádicas.

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