As autoridades moçambicanas incineraram, sábado último, na cidade de Inhambane, Sul do país, cerca de nove quilómetros de rede de pesca apreendida nas mãos de pescadores iranianos em actividade ilegal. Além disso, as autoridades aplicaram uma multa no valor aproximado a 1,5 milhão de meticais (pouco mais de 50 mil dólares norte-americanos) à tripulação iraniana encontrada a exercer ilegalmente a actividade ilegal.
A Rádio Moçambique (RM), a emissora pública nacional, diz que a apreensão deste material de pesca e da respectiva embarcação resultou de uma acção conjunta de fiscais da administração marítima da província de Inhambane e da força da Marinha de Guerra local.
O Director provincial das Pescas em Inhambane, Eduardo Pelembe, reconheceu que a pilhagem dos recursos pesqueiros é agravada pela falta de meios adequados para a fiscalização da costa moçambicana.
“Uma costa marítima da dimensão da de Moçambique é difícil de vigiar na sua totalidade”, admitiu Eduardo Pelembe, reconhecendo que só um trabalho de vigilância conjunta entre os países da região pode minimizar a pilhagem dos recursos marítimos.
Apesar disso, as autoridades não estão de braços cruzados. Pelembe disse haver um esforço combinado entre o governo moçambicano e países vizinhos destinado a reduzir actividades ilegais nas águas territoriais de cada país.
Refira-se que a costa moçambicana tem uma dimensão de cerca de 2,500 quilómetros, mas a capacidade de fiscalização é fraca, havendo por isso uma intensa actividade de pesca ilegal, bem como uma forte ameaça da acção de piratas somalis.
