O Zimbabwe enquadra-se naquilo que é chamado de “Corredor da Beira”. A cidade da Beira, capital da província central moçambicana de Sofala, é uma cidade que em grande parte depende do funcionamento normal da economia do Zimbabwe. A maioria das suas infraestruturas foi concebida para servir os países do interior (sem acesso ao mar), tais como o Malawi, Botswana, Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDC).
Portando, isto demonstra a importância da relação económica com o Zimbabwe e, em particular, para a chamada zona do “Corredor da Beira”. Neste corredor existem quatro infra-estruturas que são cruciais e fundamentais para a economia zimbabweana e que estão ligadas com o Porto da Beira. Este porto possui uma capacidade de manuseamento de sete milhões de toneladas de carga por ano.
Infelizmente, nos últimos anos esteve a operar a cerca de 40 por cento da sua capacidade instalada. Outras infra-estruturas incluem a linha-férrea, que tem como vocação o transporte de carga pesada, o pipeline, com uma capacidade de transporte de cerca de 700 milhões de toneladas métricas de combustível por ano, e uma estrada.
Aliás, não foi por mero acaso que durante a guerra dos 16 anos em Moçambique o Zimbabwe investiu na protecção militar deste corredor por ser uma infra-estrutura determinante para o escoamento de combustível para o Zimbabwe.
Estas infra-estruturas são importantes para o Zimbabwe, mas também são igualmente importantes para o funcionamento normal da economia de Moçambique, sobretudo no segmento chamado de “Corredor da Beira”.
A actividade económica e a dinâmica da actividade neste corredor estão directamente ligadas ao normal funcionamento da economia do Zimbabwe. A estas infra-estruturas complementa-se com a linha de transmissão de Barragem de Cabora Bassa, que transporta 100 MW de energia para o Zimbabwe.
Por isso mesmo, a estabilização do Zimbabwe é de vital importância para Moçambique.