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Importações consomem 50% do PIB de 2012

A implantação e expansão das grandes empresas do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) para a Indústria Extractiva (IE) suscitou, em 2012, o crescimento das importações em 14,9%, para 6167,8 milhões de dólares norte-americanos, o correspondente a 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique.

Este nível de crescimento deveu-se ao incremento da importação de bens de capital em 31,36% que esteve em linha com as necessidades decorrentes das etapas de implantação e expansão das grandes empresas do IDE, de acordo com o Banco de Moçambique (BM), salientando, entretanto, que dentre as principais rubricas de importação de bens, salienta-se a desaceleração na importação de bens de consumo e crescimento na rubrica de bens intermédios.

Este incremento teve como factores contribuintes, no que respeita à rubrica de bens de consumo, o registo da queda da importação dos cereais, óleo alimentar e medicamentos em proporções de 7,9%, 27,4% e 43,6%, respectivamente, e o crescimento na importação de combustíveis e cimento, na rubrica de bens intermédios, respondendo à dinâmica imposta pela entrada crescente de grandes empresas de investimento directo estrangeiro, de acordo ainda com o banco central moçambicano.

Grandes projectos

O BM indica a seguir que a dinâmica que se regista nos grandes projectos nos últimos anos é caracterizada pela forte entrada de novas empresas de investimento directo estrangeiro, cujo processo de instalação e de expansão das respectivas unidades fabris e os elevados custos de pesquisa e prospecção de recursos justificaram o crescimento do valor das importações desta categoria na ordem de 2141 milhões de dólares, contra 1846,4 milhões de dólares de 2011.

Em termos de origem das importações, em 2012, pontificam a África do Sul com 32% do universo registado, Países Baixos com 10% de contribuição, China (7%), Reino Unido, Índia e Emiratos Árabes Unidos, todos com 6%. Em termos de organizações regionais, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), excluindo África do Sul, contribuiu com cerca de 2,3% do total das importações, sendo que a União Europeia, excluindo Países Baixos, contribuiu com cerca de 14,5%.

De referir que, em termos globais, entre 2008 e 2012, a cobertura das importações pelas exportações tem vindo a situar-se em torno dos 60%, enquanto os grandes projectos têm estado a deteriorar, justificado pelo crescente volume de importações, em resposta à entrada de grandes empresas do IDE.

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