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Implante na coluna devolve movimentos a pacientes paralisados

Quatro homens que passaram mais de dois anos tetraplégicos, sem perspectivas de recuperação, recobraram a capacidade de movimentar as pernas e os pés, mas não de caminhar, graças a um dispositivo electrónico implantado na coluna vertebral, disseram os pesquisadores, esta terça-feira (8).

O sucesso, embora num número pequeno de pacientes, oferece a esperança de que um tratamento inovador possa ajudar pessoas com paralisias causadas por lesões medulares, segundo cientistas. Só nos EUA há 6 milhões de paraplégicos e tetraplégicos, sendo 1,3 milhão deles com lesões de coluna.

Os resultados também colocam em dúvida uma suposição importante sobre lesões da coluna: que o tratamento exigiria a reconstituição ou substituição de neurônios danificados, o que poderia ser possível com células-tronco, por exemplo – um processo complicado e polémico.

“A grande mensagem aqui é que pessoas com lesões da coluna cervical como as desses homens não precisam mais pensar numa condenação à paralisia pelo resto da vida”, disse em entrevista o médico Roderic Pettigrew, director do Instituto Nacional de Bioengenharia e Técnicas de Imagens Biomédicas, que é parte do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

“Eles podem conseguir algum grau de função voluntária”, disse Pettigrew, que viu isso como “um marco” nas pesquisas sobre lesões medulares. O instituto que ele dirige financiou parcialmente o estudo, publicado na revista Brain. A pesquisa se baseou no caso do ex-jogador de beisebol universitário Rob Summers, que ficou tetraplégico ao ser atropelado em 2006.

No final de 2009, ele recebeu um implante epidural logo abaixo da área danificada. O aparelho de 72 gramas começou a emitir uma corrente elétrica em várias frequências e intensidades, estimulando densos feixes de neurônios na coluna.

Três dias depois, ele ficou de pé sozinho, e em 2010 tentou dar seus primeiros passos. O caso dele teve grande repercussão, mas os cientistas achavam que só pacientes com alguma sensibilidade nos membros – caso de Summers – poderiam beneficiar-se com os estímulos eléctricos.

Por isso, a equipe comandada pela Susan Harkema, especialista em reabilitação neurológica do Centro de Pesquisas do Kentucky para Lesões de Coluna Vertebral, tinha menos esperanças em relação a dois dos pacientes seguintes, sem sensibilidade nos membros.

Mas um deles, vitimado por um acidente de moto em 2009, aos 21 anos, começou a mover a perna esquerda 11 dias depois de receber o aparelho, chamado RestoreAdvanced e fabricado pela empresa Medtronic. Ele havia recebido o prognóstico de que nunca mais conseguiria mexer as pernas.

O terceiro paciente, tetraplégico depois de um acidente de moto em 2006, obteve ainda mais progressos, e consegue mexer a perna mesmo quando o aparelho não está a emitir sinais eléctricos. Ele orgulha-se de já ter conseguido passar 27 minutos em pé, mesmo sem o auxílio do aparelho. “E ainda estou a progredir”, afirma.

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