O preço mínimo do algodão caroço de primeira poderá passar de 15 meticais para 10,50 meticais em Moçambique, e de 11,50 para oito no caso do algodão de segunda (um dólar equivale a cerca de 26,7 meticais ao câmbio corrente). Este foi o consenso alcançado na sexta-feira da semana corrente no distrito de Mocuba, província central da Zambézia, durante um encontro orientado pelo ministro da agricultura, José Pacheco. Caso seja aprovado, o novo preço constitui um golpe profundo para os produtores de algodão.
Segundo o jornal “Diário de Moçambique”, trata-se de um entendimento que ainda carece da aprovação do Conselho de Ministros. O mesmo resulta das negociações mantidas entre os representantes do Fórum Nacional dos Produtores de Algodão (FONPA) e a Associação Algodoeira de Moçambique (AAM) e que tiveram como mediador o ministro da agricultura.
O presidente da FONPA, José Domingos, foi para a mesa das negociações com uma proposta de 15 meticais. A mesma foi recusada pela AAM, liderada por Francisco Ferreira, que propunha o valor de 9,75 meticais, alegando problemas conjunturais do mercado internacional das exportações da fibra, bem como a relativa estabilidade do metical.
Os produtores de algodão, de acordo com o portal do Fórum, conscientes dos problemas que enfermam o subsector algodoeiro e em particular a eles próprios, estão a envidar esforços conjuntos com os demais intervenientes, na esperança de ver superadas as dificuldades e melhorada a renda das famílias camponesas.
O FONPA é uma organização que defende interesses de cerca de 300 mil famílias produtoras de algodão em todo o país, um número correspondente a mais de 1.500.000 moçambicanos dependentes desta cultura para suprir suas necessidades básicas.