Pelo menos 21 pessoas morreram e centenas ficaram feridas no rescaldo preliminar da passagem do Ciclone tropical IDAI pelas províncias de Sofala e Manica onde deixou “danos materiais muito preocupantes”, de acordo com o Presidente da República, e inundações por toda a cidade da Beira.
As inundações registadas nos bairros de Alto Manga, Ndunda, Manga Mascarrenha, Vaz, Munhava, Macurrungo, Chipangara, Chaimite (Praia Nova), Maraza, Pioneiros, Matacuane, Mananga, Chota, Muhava, Esturo, Matador, Vila Massane, Maganza, Inhamizua, Chingussura, Nhaconjo, Pontagea e Macuti (na cidade da Beira), a queda de árvores e chapas de cobertura soltas pelos ventos fortes resultaram em 13 vítimas mortais enquanto outros seis cidadãos perderam a vida no distrito do Dondo.
“A parte mais difícil registou-se ao longo da noite (de quinta-feira, 14) e durou até a manhã (de sexta-feira, 15) e fez muitos estragos que ainda não fizemos o balanço, mas são muitas casas sem tecto” disse à Rádio Moçambique o Governador da província de Sofala, Alberto Mondlane.
Há também danos a assinalar no bloco operatório e em algumas enfermarias do Hospital Central da Beira que aumentaram a incapacidade da Unidade tratar dos centenas de feridos que ali estavam a acorrer com o amainar do Ciclone.
Em Manica o porta-voz do Governo provincial, Ronaldo Naico, relatou a existência de pelo menos duas vítimas mortais, menores de idade, atingidas por chapas de cobertura no distrito de Gondola e na cidade do Chimoio.
No distrito de Sussundenga uma outra criança ficou gravemente ferida devido a queda da parede da habitação onde se encontrava.
Pelo menos três centenas de feridos foram atendidos no Hospital provincial do Chimoio.
Entretanto o Instituto Nacional de Meteorologia actualizou que o Ciclone perdeu de força mas continuará a causar chuvas fortes a muito fortes (mais de150 milímetros em 24 horas), ventos com rajadas fortes até 70 quilómetros por hora e trovoadas severas nas províncias da Zambézia (distritos de Chinde, Luabo, Inhassuge, Morrumbala e Mopeia), Sofala (todos os distritos), Manica (todos os distritos), Tete (distritos de Changara, Mutarara, Doa, Marara, Cahora Bassa, Moatize, Chiuta e Cidade de Tete) e Inhambane (distritos de Govuro, Inhassoro, Vilankulo e Massinga).
Na manhã desta sexta-feira (15), antes de embarcar para o Reino de Eswatini, o Presidente Filipe Nyusi declarou que “os danos materiais verificados até ao momento são maiores e muito preocupantes, devido a problema de comunicação não é possível ainda estimar o tamanho dos danos causados”.
As autoridades de emergência previram que pelo menos 80 mil famílias poderiam necessitar de assistência humanitária urgente devido a esta calamidade natural.
Com as vítimas mortais registadas nos dois últimos dias elevam-se para 87 o número de óbitos desde que a época de chuvas iniciou em Moçambique.
A Electricidade de Moçambique (EDM) revelou ao @Verdade que a sua sub-estação da Munhava foi desligada preventivamente após os ventos fortes danificarem vidros e cobertura e a água da chuva intensa ter inundado o local onde funcionam transformadores.
Fonte da Administração da EDM disse que equipas de Quelimane e de Maputo estão a caminho da Região Centro para apoiar o restabelecimento do fornecimento de energia. “Quando as linhas estão em tensão, havendo linhas caídas como aconteceu com várias, pode causar acidentes que podem ser fatais”, explicou.
Entretanto durante a tarde as comunicações de voz fixa foi restabelecida pela empresa estatal Tmcel. As restantes comunicações móvel, dados e internet continuavam interrompidas desde a noite de quinta-feira (14).