Dezenas de milhares de pessoas compareceram para uma vigília iluminada por velas em Hong Kong, Segunda-feira, em lembrança da sangrenta repressão a manifestantes pró-democracia na Praça da Paz Celestial e arredores, em 1989.
Os manifestantes de Hong Kong aglomeraram-se num parque central, segurando velas em prol de um memorial do 4 de Junho e uma réplica da estátua da Deusa da Democracia que foi construída na Praça da Paz Celestial antes de os tanques e tropas esmagarem os que estavam a protestar.
“Vida longa a democracia. Nunca esqueça o 4 de Junho”, gritou a multidão, estimada em 180 mil pessoas pelos organizadores do evento. A China nunca divulgou o número de mortos, mas as estimativas dos grupos de direitos humanos e testemunhas variam de várias centenas a vários milhares de vítimas.
O aniversário do massacre nunca foi publicamente marcado no continente da China. Em vez disso, os censores do país bloquearam o acesso ao termo “Mercado de acções de Xangai” nos populares microblogs, depois de o índice cair 64,89 pontos, uma representação na forma em inglês da data do massacre, 4 de Junho de 1989.
Noutra virada, o índice referencial da bolsa de Xangai abriu com 2.346,98 pontos no 23° aniversário dos assassinatos. Os números 46,98 são 4 de Junho de 1989, ao contrário.
“Uau, estes números são muito assustadores! Muito bem!”, afirmou um microblogger. “O número de abertura e da queda são ambos muito estranhos”, disse o outro.
A bolsa de valores de Xangai disse que estava a investigar Para o Partido Comunista que governa a China, todas as discussões das manifestações de 1989 que lotaram a Praça da Paz Celestial e espalharam-se para outras cidades continua um tabu, ainda mais este ano, conforme o governo prepara-se para uma complicada transição de liderança.
Mas para Hong Kong, antiga colónia britânica que desfruta de ampla autonomia, a vigília do dia 4 de Junho é um evento anual.