Os investigadores de acidentes aéreos tentarão reconstruir o Boeing 777 da Malaysia Airlines abatido sobre o leste da Ucrânia em Julho a partir dos destroços levados por camião para o hangar de uma base aérea holandesa, esta terça-feira (9).
Os membros do Conselho de Segurança Nacional irão montar os restos do avião numa estrutura para determinar exactamente o que derrubou o voo MH17 e matou todas as 298 pessoas a bordo.
A reconstrução levará vários meses para ser completada, e um relatório final sobre a causa da queda não é esperado antes dos meados de 2015, disse o chefe do Conselho de Segurança, Tjibbe Joustra. A tarefa não será fácil, uma vez que algumas partes da aeronave foram destruídas pelo fogo.
“Também há algumas partes desaparecidas. Sabemos que elas estão desaparecidas, mas achamos que podemos ficar mais do que satisfeitos com a quantidade dos destroços que temos.”
Uma investigação criminal está a ser conduzida paralelamente por promotores holandeses em 11 países para identificar os possíveis culpados. Dois terços dos passageiros do voo de Amsterdão para Kuala Lumpur eram holandeses. Washington e os seus aliados disseram que os rebeldes pró-Rússia que lutam na área atingiram o avião com um míssil terra-ar.
A Rússia, envolta no seu pior confronto com o Ocidente desde a Guerra Fria, afirmou que o míssil partiu de um caça do governo ucraniano. Dezenas de familiares das vítimas na cidade de Gilze-Rijen, no sul da Holanda, observaram enquanto oito camiões chegavam à base militar sob escolta policial.
Os serviços de emergência ucranianos, que actuam sob supervisão holandesa, retiraram os restos considerados mais valiosos para o inquérito durante uma operação de seis dias em Novembro.
Os pedaços da fuselagem podem ajudar a determinar de que direcção veio o míssil. As famílias reclamaram dos atrasos na investigação, uma vez que os destroços permaneceram espalhados pelo local do acidente durante meses.
Nesta terça-feira, o governo holandês rejeitou o pedido de um grupo de familiares para que um enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) assuma a investigação, dizendo que já há autoridades de 11 países diferentes envolvidas.
Os parentes das vítimas acusaram as autoridades da Holanda de conduzirem uma investigação “fracassada”. Os restos do avião foram transferidos mediante um acordo com Kiev e, devido à mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), com os separatistas pró-Moscovo.
O Conselho de Segurança holandês declarou que os destroços serão fotografados, escaneados e categorizados, e que em seguida os especialistas irão tentar reconstruir a aeronave.