A esposa de Nelson Mandela, antigo Presidente sul-africano, a moçambicana Graça Machel, defendeu que salvar vidas humanas deve merecer prioridade em relação aos investimentos que são feitos para evitar, por exemplo o colapso dos bancos, face a actual crise financeira mundial.
Falando no encerramento da V Conferência da Sociedade Internacional de HIV/SIDA, recentemente realizada na cidade sul-africana de Cabo, Machel pediu ainda para que haja maior interesse pela vida do que em equipamentos militares. Graça Machel, também patrona da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), ressaltou que o fracasso dos doadores e governos africanos no cumprimento das suas promessas de financiamento a questões humanas tornou improvável, por exemplo, o cumprimento da meta de acesso universal ao tratamento e à prevenção do HIV até 2010.
Esta meta está entre os demais Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM’s) firmados em 2000. Machel responsabilizou os líderes políticos, afirmando que eles não puseram a saúde e o bem-estar dos seus cidadãos em primeiro lugar.
“Eu não acredito que o problema seja dinheiro”, disse ela perante mais de seis mil participantes idos de 123 países do mundo. Machel vincou que “a questão é a consciência das pessoas que elegemos. A vida humana não tem preço, não se deve nunca regatear quando se trata de salvar vidas”.
Ela elogiou o trabalho realizado pelos demais delegados, muitos deles da comunidade científica, que tem desempenhado papel fundamental na luta contra o HIV/SIDA, assegurando que mais famílias não passem todos os fins-desemana indo a funerais.
Também activista anti – HIV/SIDA, Graça Machel incentivou os participantes a manterem o enorme progresso feito nos programas de tratamento, e a continuarem com os seus esforços de encontrar abordagens eficientes de prevenção.