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Há 33 anos no poder, Mugabe busca reeleição no Zimbabwe

Zimbabweanos votaram pacificamente em eleições pouco transparentes

Decorrem desde as 7 horas eleições presidenciais e parlamentares no Zimbabwe, as urnas deverão encerrar as 19 horas desta quarta-feira (31). Com a polícia antimotim – fiel ao Presidente Robert Mugabe, que está no poder há 33 anos – nas ruas, ausência de listas eleitorais actualizadas, e nenhum observador ocidental no terreno há poucas esperanças que estas eleições sejam livres e justas.

Robert Mugabe tem 89 anos e fez um discurso de quase duas horas, esta semana, durante a sua campanha de reeleição. Teme-se que uma nova onda de violência ocorra no país caso o seu rival, o primeiro-ministro Morgan Tsvangirai, 61 anos, saia vitorioso das eleições, mas não obtenha apoio das forças militares e policiais – que se declararam leais ao presidente.

Algo parecido aconteceu em 2008, quando Tsvangirai afirmou ter vencido a primeira volta e recusou-se a concorrer no segundo, afirmando que a eleição não seria justa.

Para evitar uma temida guerra civil, o seu partido e o de Mugabe acordaram recriar o cargo de primeiro-ministro numa demonstração de que haveria divisão de poder.

Mugabe afirmou que respeitará o resultado das urnas mas várias organizações independentes no país não acreditam que haja condições de realizar uma eleição justa e livre.

Entre os observadores das eleições estão os países da SADC, Venezuela, Cuba, Sudão e Bielorrússia, pois os tradicionais observadores ocidentais foram banidos pelo governo.

Apesar de reclamações de ameaças e prisões de ativistas durante vários meses, o grupo Advogados do Zimbábwe por Direitos Humanos afirmou acreditar “que um alto comparecimento e um eleitorado determinado ainda podem mostrar, com números, a tenacidade e a resolução de que os seus votos serão ouvidos e respeitados”.

Entre o velho e o ‘novo’

O fim do imperialismo britânico esteve presente no último discurso de Mugabe, que fez uma defesa do seu governo e afirmou que o opositor era uma invenção europeia.

Durante o seu governo, a inflação do país foi uma das mais marcantes da História, com emissões de notas de 100 trilhões de dólares do Zimbábwe.

Tsvangirai, por sua vez, aposta num “novo país” e na sua “juventude”. Ele declarou que o país tem a chance histórica de escolher entre um “velho” e um “jovem”.

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