Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Guiné-Bissau acusa Portugal por ataque e tentativa de golpe

O governo interino de Guiné-Bissau acusou Portugal e outros países de língua portuguesa de estarem por trás de um ataque a uma base da força aérea, dizendo que era parte de uma estratégia para colocar um ex-primeiro-ministro exilado de volta ao poder.

O Exército da pequena nação do oeste africano, que é uma ex-colónia portuguesa, repeliu o ataque perto da capital Bissau, na manhã de Domingo (21), durante um tiroteio de duas horas que matou seis pessoas.

“O ataque… faz parte da estratégia de trazer (o ex-primeiro-ministro) Carlos Gomes Júnior de volta a Guiné-Bissau, mesmo às custas de vidas humanas”, disse o porta-voz do governo Fernando Vaz, num comunicado lido na rádio estatal, na noite de Domingo.

“O tom dos discursos proferidos por Portugal, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e por Carlos Gomes Júnior foi o precursor para o ataque”, acrescentou.

Guiné-Bissau está no meio de uma recuperação incerta depois que o Exército derrubou o governo em Abril, apenas algumas semanas antes de um segundo turno da eleição presidencial na qual Gomes Júnior era o favorito para vencer.

O bloco regional do oeste africano Cedeao intermediou um acordo que permitiu uma transferência de poder a um governo civil interino, encarregado de realizar eleições. Mas o presidente interino, Manuel Sherifo Nhamadjo, não tem o apoio da Organização das Nações Unidas, da União Europeia e da CPLP.

Eles dizem que o seu governo permanece sob a influência do Exército. O Ministério das Relações Exteriores de Portugal disse, esta Segunda-feira (22), que não iria reagir às acusações de que estava envolvido nos eventos de Domingo.

O ministério afirmou anteriormente que via a situação no país “com preocupação após outro caso de movimentos militares”. “Não há solução militar para os problemas enfrentados por Guiné-Bissau. Somente através de um processo político será possível superar a actual situação de crise neste país amigo”, disse um comunicado do governo português.

Os governos de outros membros do bloco CPLP, que inclui Brasil, Angola, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, não comentaram de imediato. Fontes militares disseram que “rebeldes” tinham atacado a base da força aérea em Bra, a sete quilómetros da capital Bissau por volta das 3h e saíram depois de duas horas de combate.

Eles disseram que alguns dos combatentes pareciam ser de um grupo étnico, Djolla, comum na região sul de Casamance, no vizinho Senegal.

Décadas de turbulência na Guiné-Bissau desde que o país conquistou a independência em 1974 tornaram o seu labirinto de ilhas um centro para cartéis de drogas que contrabandeiam cocaína da América Latina para a Europa.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts