O governador da província de Caquetá, Luis Francisco Cuéllar, sequestrado na segunda-feira, foi degolado por membros da guerrilha das Farc, revelou na noite desta terça o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, em mensagem à Nação. “Ainda não temos a hora do assassinato, mas sabemos que foi degolado. Miseravelmente o degolaram”, disse Uribe ao lamentar a morte de Cuéllar, sequestrado na noite de segunda-feira em sua residência de Florencia, capital de Caquetá.
“Os altos comandos me explicaram que como havia uma perseguição policial, seguramente os terroristas, para evitar os disparos, degolaram o senhor governador”, explicou Uribe. O presidente disse que as Forças Armadas têm a missão de derrotar a guerrilha e acabar com os sequestros: “Precisamos derrotar os sequestradores. Oxalá possamos resgatar os reféns que ainda permanecem” em poder das Farc. A guerrilha mantém 24 militares e policiais reféns, alguns com mais de 10 anos de cativeiro, e sua meta é trocá-los por 500 rebeldes presos.
O presidente prometeu “avançar até a derrota definitiva do terrorismo”. “Não entendemos que enquanto este grupo terrorista realiza este teatro”, prometendo libertar dois militares cativos, “que enquanto o governo dá todas as garantias, este grupo das Farc (…) decida assassinar um governador”. Uribe prestou suas condolências à família de Cuéllar, que qualificou de “homem bondoso, entregue ao trabalho honrado e ao serviço à comunidade”.
Mais cedo, a governadora interina de Caquetá, Olga Patricia Vega, informou que Cuéllar, de 69 anos, ao que parece foi executado porque teve dificuldades para caminhar durante a fuga dos sequestradores. O site do jornal El Tiempo havia informado que o corpo de Cuéllar estava “próximo a um veículo incinerado empregado no sequestro”, em um local a cerca de 15 km ao sul de Florencia, “com impactos de bala e cercado de explosivos”.
De acordo com o noticiário CM&, o corpo não pôde ser removido imediatamente pelo Exército por estar preso a vários explosivos, em uma zona minada pelos rebeldes. Este foi o primeiro sequestro de um alto funcionário na Colômbia desde a posse de Uribe, em agosto de 2002, quando teve início a política de “segurança democrática”, que privilegia a estratégia militar para combater a guerrilla. As Farc, com mais de 6 mil combatentes, é a mais antiga guerrilha da Colômbia, com 45 anos de luta armada.