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Guebuza lamenta persistência de discursos belicistas

O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, lamentou que 19 anos após a assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP), em Roma, na Itália, ainda persistam pronunciamentos que instigam à guerra.

Para Guebuza, que falava, Terça-feira, em Maputo, na Praça dos Heróis moçambicanos, por ocasião de mais um aniversário do AGP, não há condições para o retorno à guerra e há necessidade de se trabalhar para que haja maior diálogo, compreensão e comunicação entre os moçambicanos.

Guebuza reagia aos recorrentes pronunciamentos do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, convocando manifestações violentas em todo o país como forma de contestar o alegado incumprimento das cláusulas do AGP.

“É lamentável que ainda haja este tipo de pronunciamento. Temos que trabalhar para mudar a sua maneira de pensar. Mas também não há condições para o retorno a guerra e nem queremos a guerra. O que nós acreditamos é na paz para a qual temos todos que trabalhar, promovendo diálogo, compreensão e comunicação entre os moçambicanos”, disse o estadista moçambicano.

Guebuza frisou que o AGP está a ser implementado e prova disso é a inclusão do mesmo na actual Constituição da Republica. O Presidente salientou que o Governo esta aberto ao diálogo para com qualquer moçambicano.

“Estamos a implementar o AGP e as cláusulas do acordo estão na nossa Constituição da República. Quando a Renamo pediu diálogo nós aceitamos. Destacamos um grupo para falar com outro enviado pelo líder da Renamo, mas que rompeu. Mesmo assim, continuamos abertos ao diálogo. Todos os que quiserem se comunicar com o governo tem a porta aberta”, disse Guebuza, acrescentando que “as Presidências Abertas servem para isso, as pessoas vão lá e dizem o que lhes preocupa”.

Falando a propósito da celebração do 19º aniversário do AGP, Guebuza referiu que para que a paz prevaleça é preciso que haja concórdia, diálogo entre todos os cidadãos, forças políticas e todas as forças da sociedade. Por outro lado, Guebuza considera fundamental o combate “vigoroso” contra a pobreza, uma vez que este constitui um factor que gera ou pode originar situações que contrariem a paz.

“Comemoramos o dia da paz. Este é um momento em que temos que fazer uma profunda reflexão. Dia em que renovamos o nosso compromisso para com a paz”.

O AGP foi assinado, em 1992, por Joaquim Chissano, na altura Presidente da República, e Afonso Dhlakama, líder da Renamo que nessa altura era o movimento rebelde, sob mediação da Igreja Católica. Para se alcançar o AGP foram necessários cerca de 27 meses de negociações. O AGP pôs fim à guerra civil de 16 anos, um conflito que opunha o Governo e a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO).

A guerra saldou-se em milhares de mortos, feridos graves, órfãos, refugiados, infra-estruturas destruídas, entre outras consequências que retardaram o desenvolvimento de Moçambique. O país consta na lista dos países mais pobres do mundo e com os mais baixos índices de desenvolvimento humano.

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