O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, apontou a geotecnia e as suas ciências correlacionadas como saberes que desempenham um papel importante na busca de soluções estruturais e mais baratas para a realização de vários desejos na esfera de desenvolvimento.
“A geotecnia e as suas ciências correlacionadas, nomeadamente, a engenharia civil, a mecânica de solos, a mecânica de rochas e a geotecnia mineira desempenham um papel fulcral na busca de soluções estruturais, eficazes, duradoiras e, até, mais baratas para a realização destes desideratos”, disse Guebuza.
O estadista moçambicano falava, Segunda-feira, em Maputo, na abertura da 15ª Conferência Regional Africana de Mecânica de Solos e Engenharia e Geotécnica, que congrega engenheiros moçambicanos e estrangeiros de 21 países do continente bem como outros quadros para um intercâmbio de experiências e partilha de conhecimento.
O encontro de três dias, decorre sob o lema “Infra-estruturas e Recursos Geotécnicos em África: Passando da Teoria à Prática” e onde participam ainda consultores, produtores de equipamento e materiais, pretende ainda reflectir sobre os desafios decorrentes das novas realidades que os países tem vindo a enfrentar.
“O bem mais precioso que temos é a terra”, disse Guebuza, apontando, por conseguinte, que foi pela sua libertação que os povos africanos se levantaram contra a dominação estrangeira porque nela (terra) se encontrava a base de sustentação para o seu sistema de exploração e discriminação contra todos e para colocar em funcionamento os sistemas estruturais à perpetuação da condição de pobreza.
Na terra, segundo Guebuza, jazem os recursos que concorrem para a melhoria constante das condições de vida e para a edificação de um futuro melhor.
Desta feita, segundo o Presidente, espelha-se a importância das ciências da mecânica dos solos e da geotecnia como repositórios do conhecimento que habilita a reduzir o desequilíbrio entre a os pobres e os ricos, tendo em conta os recursos herdados dos antepassados sem, contudo, provocar desequilíbrios na natureza.
Guebuza disse, por um lado, que a mecânica dos solos ajuda a entender o comportamento dos solos e a engenharia geotécnica, usando os princípios da mecânica de solos, traz conhecimentos sólidos à edificação de infra-estruturas sociais e económicas, bem como o aprofundamento do conhecimento sobre as riquezas minerais existentes.
Para usar essas riquezas de forma sustentável e garantir um desenvolvimento consentâneo, o Presidente disse, por outro lado, que os países precisam de especialistas que vão conceber os projectos, executá-los e conclui-los em tempo útil.
“Precisamos de mais engenheiros que, através da pesquisa, nos proponham soluções inovadoras, onde a utilização de materiais localmente disponíveis entra na equação”, disse o Chefe de Estado.
Para o efeito, ele disse serem necessários mais engenheiros e melhores conhecimentos que tragam soluções para acelerar o ritmo de construções para responder aos desafios que o rápido crescimento coloca.
A última Conferência Regional Africana de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica teve lugar no Camarões e nessa altura Moçambique manifestou vontade de acolher a subsequente que, com efeito, arrancou, Segunda-feira, no país.