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Guebuza defende que os valores defendidos por Samora extravasam o âmbito político

Os valores e princípios defendidos por Samora Machel, o primeiro Presidente de Moçambique independente, morto num acidente aéreo há 25 anos, extravasam o simples âmbito político para se estenderem aos valores da sociedade nos planos ético, moral e cultural.

Este posicionamento foi defendido, Quinta-feira, em Nampula, no Norte do país, pelo Chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, durante a inauguração de uma estátua em homenagem a Samora Machel.

Para Guebuza, os valores e princípios defendidos por aquele que foi o fundador do Estado moçambicano caracterizam a moçambicanidade e todos os moçambicanos se revêem e identificam como um povo, como uma Nação.

Segundo o Presidente da República, Samora Machel soube incutir o seu ideal de liberdade, independência e luta pelo bem-estar para o povo moçambicano, sempre guiado pela Unidade Nacional, pelo princípio de contar com as próprias forças e pela apologia do trabalho árduo.

“O Presidente Samora Machel foi uma figura heróica e carismática que conduziu a luta de libertação nacional que culminou com a Independência de Moçambique. Por isso, a sua figura colocase acima de todas as tonalidades políticas e partidárias e de todas as diferenças de ordem étnica, racial ou religiosa que caracterizam uma sociedade plural como a nossa, porque a Independência e a paz porque o Presidente Samora Machel lutou e de que hoje desfrutamos são bens de valor inestimável que a todos nós cobrem e dignificam”, defendeu.

Guebuza acrescentou que “Samora Machel soube incutir estes valores e princípios não apenas nos homens e nas mulheres da sua geração, mas também nos das gerações subsequentes que tomaram o seu exemplo como referência a seguir”.

Por tudo que Samora fez em prol de Moçambique e dos moçambicanos, “nós sentimos a obrigação sempre presente de venerar a memória deste Herói Nacional e de fazer dos seus ensinamentos o nosso guia para a acção rumo ao desenvolvimento social e bem-estar do nosso povo”.

Nesse contexto e em reconhecimento e valorização da causa por que Machel lutou, Guebuza declarou que “tal como o Presidente Samora preconizou: resgatámos a paz e continuamos a consolidá-la no quotidiano, persistimos no reforço da Unidade Nacional, da moçambicanidade e da auto-estima, centramos as nossas atenções na luta contra a pobreza, rumo à criação do bem-estar para o nosso maravilhoso Povo, e prosseguimos com acções que contribuem para aumentar o prestígio desta Pátria de Heróis no concerto das Nações”.

Em reconhecimento dos feitos de Samora Machel e para enaltecer o seu papel na luta pela independência de Moçambique e de criação de um estado próspero e de justiça social, o executivo de Armando Guebuza declarou 2011, o ano “Samora Machel”, que está a ser marcado por várias homenagens a este herói.

Depois de Tete, coube a vez de Nampula homenagear Samora Machel, tendo sido erguida uma estátua de 5.50 metros produzida na base de bronze, dos quais 3.20 metros de altura e 2.30 de base. A estátua foi colocada no na praça da Liberdade, que desde já passa a chamar-se Samora Machel, ocupando uma área de 50 metros de diâmetro.

“Na história do nosso Moçambique, livre e independente, a data de hoje assume uma dimensão de grande valor, porque, com acto inaugural de há pouco tempo, marcámos, de forma indelével, a consagração de uma figura incontornável no nosso processo de libertação e de afirmação como um Estado, o Presidente Samora Moisés Machel. Ao descerrarmos a estátua do saudoso Presidente Samora Machel estamos a prestar uma justa homenagem a um grande comandante de guerrilha, a um líder de grande craveira, a um estadista que soube ultrapassar as fronteiras do seu próprio País para se projectar como uma figura de dimensão internacional”, disse.

Debruçando-se sobre o percurso daquele líder, Guebuza contou que “Samora Machel respondeu, de pronto, ao chamamento do Presidente Eduardo Mondlane para participar na libertação da nossa Pátria ocupada. Ele entregou-se a esta causa do nosso Povo, com bravura, tenacidade e visão de um grande estratega militar e liderou-nos na luta pela nossa independência. Seria na sua voz que, a 25 de Junho de 1975, proclamaríamos o fim da dominação estrangeira. Liderados pelo Presidente Samora Machel lançámo-nos no processo de reconstrução nacional e na defesa e valorização da nossa Independência Nacional. Ao mesmo tempo, ele estendia a mão solidária do nosso Povo para os povos da região e do mundo”.

Para Guebuza, apesar da ausência física, o Presidente Samora Machel, continua a ser o “nosso guia inspirador nesta missão de luta contra a pobreza, de reafirmação da nossa moçambicanidade, da nossa auto-estima e do nosso orgulho de sermos donos do nosso próprio destino”.

“Hoje, passados 25 anos após o seu bárbaro assassinato, pelo regime racista do Apartheid da África do Sul, a sua voz firme, livre e libertadora, continua a ecoar nos nossos ouvidos, o Presidente Samora Machel continua a ser evocado e recordado em todos os meios e extractos sociais, a sua visão e o sonho que sempre teve de ver o seu povo vivendo em liberdade, em paz e na felicidade continuam actuais e relevantes”, anotou.

Guebuza contou ainda, que Samora Machel foi conhecido e reconhecido como um grande militar e um estratega de renome. Ele era um “ardente” amante da paz e isto encontra eco no impulso que deu ao processo de paz na África Austral. A sua coragem, determinação e visão ajudaram a alargar as fronteiras da liberdade na África Austral e no mundo.

“Por isso, não foi apenas Moçambique que chorou o seu trágico e bárbaro assassinato, em Mbuzini, pois a nós se juntou o soluço de dor e pesar da nossa Mãe-África e do mundo inteiro que, com legitimidade, também reivindicam o Presidente Samora Machel como seu Herói”, sublinhou.

No seu discurso, dirigido a milhares de pessoas que acorreram a praça para testemunhar a inauguração da estátua, Guebuza reiterou o compromisso de o Governo continuar a trabalhar no caso até que essas circunstâncias do fatídico acidente sejam esclarecidas e os seus actores levados à justiça.

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