O Presidente da República, Armando Guebuza, agradeceu, Sexta-feira (31), o apoio prestado pelo Japão no processo de pacificação e desenvolvimento de Moçambique durante as últimas duas décadas.
Este reconhecimento foi manifestado durante um encontro mantido entre o estadista moçambicano e o Primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, na cidade japonesa de Yokohama, na véspera da 5ª Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento Africano (TICAD) a ter lugar a partir deste sábado.
“Na altura, o Japão deu o seu sinal da amizade com Moçambique através da sua presença na ONUMOZ”, disse Guebuza. A terceira participação do Japão numa força de pacificação ocorreu durante a Missão de Paz das Nações Unidas para Moçambique (ONUMOZ), quando este país asiático enviou contingentes do seu exercito no período compreendido entre Maio de 1993 a Janeiro de 1995 para servirem como oficiais, observadores eleitorais entre outras funções.
O estadista moçambicano enalteceu ainda o investimento japonês em Moçambique, que ocorreu precisamente quando o país acabava de sair de uma guerra de 16 anos e que terminou em 1992.
“Na área económica eles foram muito fortes na Mozal quando Moçambique ainda não era um centro para atrair grandes investimentos estrangeiros”, disse Guebuza.
O mais alto magistrado da nação referia-se a multinacional Mitsubishi Corporation, que integra a estrutura accionista da fundição de alumínio Mozal com uma participação de 25 por cento. Outros accionistas são a australiana BHP Billiton (41 por cento), Industrial Development Corporation da África do Sul (24 por cento) e o Governo moçambicano (quatro por cento).
Refira-se que este foi o primeiro grande investimento estrangeiro, mais de 1,5 biliões de dólares, desde que Moçambique proclamou a sua independência em 1975.
O primeiro-ministro japonês, por seu turno, agradeceu a visita e Guebuza ao Japão, a segunda na qualidade de Chefe de Estado. Sublinhou que ambos os países terão a oportunidade de discutir vários assuntos da cooperação bilateral a margem da TICAD.
Na tarde da Sexta-feira, Guebuza também foi um dos presidentes que participou na cerimónia de abertura da Feira Africana, um evento paralelo a TICAD. Participam no evento mais de 40 países africanos. Importa referir que se regista uma evolução positiva com relação a participação de empresa japonesas, que disparou de 11 empresas em 2008, para mais de 70 na presente edição.
Falando à imprensa, no pavilhão de Moçambique, o director geral do Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA), Danilo Nalá, explicou que, para além da sua instituição, a representação do país foi organizada por mais duas instituições do Estado nomeadamente o Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX) e o Centro de Promoção de Investimento (CPI).
“Trouxemos empresas privadas essencialmente da área de arte e na área de serviços. Estão aqui para mostrar aquilo que se faz de bem em Moçambique e trazer para o país investimento japonês”, disse Nalá , para de seguida explicar que a Feira Africana decorre em paralelo com o TICAD e.
Assim sendo, é uma boa montra para mostrar aquilo que são potencialidades do país, bem como as oportunidades de investimento existentes. Questionado se algumas empresas japonesas já haviam manifestado o interesse de investir em Moçambique, Lalá respondeu que foram 34 empresas até hoje, as quais já estão inscritas para o estabelecimento de contactos com empresários moçambicanos.