As receitas da mineradora Anglo American Platinum (Amplants) sofreram uma queda de cerca de 180% no ano 2012, cerca de 6.6 biliões de randes, contra 7. 9 biliões de ganhos registados no ano de 2011, devido às greves violentas que se registaram no sector. “Operacionalmente, o ano de 2012 foi o mais difícil para a Anglo American Platinum (Amplants) e para toda a indústria de platina”, disse Chris Griffi th, director executivo da Amplants.
Já na bolsa de valores, os ganhos por cada acção decresceram ao registar uma perda de 5.62 randes em 2012, depois de um ganho de 13.65 randes em 2011. “Inicialmente, isto deveu-se ao baixo volume de venda, ao impacto da alta inflação nos custos da mineração e ao baixo preço do metal processado”.As greves ilegais do ano passado, a inflação e as condições actuais do mercado europeu teriam afectado a boa operacionalidade da companhia. Estas adversidades ditaram uma perda de cerca de 6.6 biliões de randes, sem contar com 463 milhões gastos em reavaliações de certos investimentos, de acerto de novos projectos e os 4.8 biliões de impostos.
Os volumes de venda da platina no ano passado foram consideravelmente baixos, motivados principalmente pelos dois meses de greve ilegal durante a segunda metade do ano.
Perda
A Anglo American Platinum perdeu cerca de 305 600 onças de platina refinada. A companhia reportou uma baixa de 8% de produção, correspondente a 2.22 milhões de onças devido à greve registada em 2012. A empresa viu ainda os seus lucros decrescerem de 10.13 biliões, em 2011, para 717 milhões em 2012, sendo que o total de descontos aumentou em 186%, cerca de 10,49 biliões.
A procura pode impulsionar o crescimento
Para contornar este cenário, Chris Griffith, director executivo da Amplants, considera que “se a produção da platina sul-africana regressar aos níveis do período que antecedeu as greves, o mercado estará superabastecido”. Entretanto, prevê-se que a procura por este minério aumente este ano, apesar da crise económica que se regista no mercado europeu.
Devido a este mar de incertezas no que diz respeito ao mercado da platina, a Amplants deu a conhecer a sua estratégia para este ano, que passa pela redução gradual da produção, estimada entre 2.1 e 2.3 milhões de onças por ano, para uma quantidade muito próxima, dependendo da procura.
Esta medida seria alcançada com a transferência das minas de Khuseleka e Khomanani, a longo prazo, dos serviços de manutenção e de cuidados, bem como com a consolidação da operacionalidade das três minas de Rustenburg, cuja produção poderá reduzir para um nível sustentável de 320 a 350 onças por ano.
Consultas com o Governo
“Enquanto planeamos manter a nossa produção a um nível abaixo do actual, iremos substituir os custos elevados de produção pelos baixos, mas, com grande lucro na próxima década”, afirmou Chris Griffith.
Entretanto, porque o documento no qual constam estas recomendações requer uma consulta junto do Governo, sindicatos e outras organizações do sector, no dia 28 de Janeiro a companhia, o Ministério dos Recursos Minerais e a massa laboral decidiram adiar o processo de despedimentos à luz da Lei das Relações Laborais.
Esta medida tem como objectivo a criação de um espaço para negociações. As partes acordaram que as consultas levariam mais de 60 dias, iniciados em Janeiro.

