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Greve de trabalhadores da Movitel no Xai-Xai por salários em atraso

Cerca de meia centena de trabalhadores da Movitel, a terceira operadora de telefonia móvel a entrar em funcionamento em Moçambique, estão em greve na delegação da empresa na cidade do Xai-Xai, na província de Gaza, exigindo o pagamento de dois meses de salários em atraso. Um forte aparato policial foi mobilizado para intimidar os grevistas, com destaque para a presença de um contingente da repressiva Força de Intervenção Rápida.

Os trabalhadores que estão em greve desde a manhã desta terça-feira trabalham na instalação de postes, antenas repetidoras de transmissão de sinal no e lançamento da linha de fibra óptica desta operadora que há poucas semanas anunciou o início das suas actividades, em regime experimental no território moçambicano.

Falando à reportagem da Rádio Moçambique os trabalhadores afirmaram que tem desempenhado às suas funções há mais de nove meses sem contratos e em condições pouco condignas. Explicaram que são obrigados a carregar, nas costas, rolos de sensivelmente quatro mil metros, os quais devem ser lançados, até em alguns casos, nas zonas de difícil acesso, com todos os riscos que isto representa para a saúde.

Os trabalhadores ora em greve acusam ainda os representantes da Movitel, em Gaza, de arrogância e de falta de diálogo. Um dos trabalhadores, falando em anonimato aos microfones da RM, disse que o patronato sempre prometeu regularizar a situação contratual, facto que nunca aconteceu. “O nosso maior problema é dos salários, passamos dois meses sem salários, então decidimos fazer uma greve esta manhã. O patronato diz que vai pagar mas entretanto chamou a polícia.”

Contactada a Direcção da Movitel em Xai-Xai, na pessoa de Osvaldo Salvador, chefe dos Recursos Humanos, este não quis prestar declarações alegando não estar autorizado a falar à imprensa.

Entretanto desde as primeiras horas desta greve pacífica a Polícia da República de Moçambique (PRM) foi chamada para o local tendo se feito acompanhar por um contingente da Força de Intervenção Rápida (FIR), acompanhada por um carro blindado e os agentes estão equipados com armas de fogo.

Recorde-se que recentemente, em outras situações de greves pacíficas de trabalhadores, a PRM e a FIR foram chamadas tendo vários trabalhadores sido violentados.

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