Um aposentado grego suicidou-se com um tiro, esta Quarta-feira, na praça onde fica o Parlamento do país, depois de gritar às pessoas que passavam pelo local que as suas dívidas levaram-lhe a desistir da vida.
A taxa de suicídios na Grécia tem crescido, acompanhando a crise económica que faz o desemprego chegar a 20 por cento e deixa muita gente com dificuldades para sobreviver depois das reduções de pensões e salários.
A polícia disse que pelo menos duas pessoas que passavam pela praça Syntagma viram o farmacêutico aposentado, de 77 anos, colocar a pistola na cabeça e puxar o gatilho depois de gritar: “Tenho dívidas, não aguento mais”.
Um bilhete encontrado no bolso do seu casaco culpava os políticos e os problemas financeiros por seu desespero, segundo a polícia.
O governo, dizia o aposentado, “aniquilou qualquer esperança para a minha sobrevivência, e não pude ter nenhuma justiça”. Ele acrescentou: “Não encontro nenhuma outra forma de luta excepto um fim digno antes de começar a vasculhar comida no lixo”.
Uma transeunte disse a uma TV que ouviu o homem a dizer: “Não quero deixar as minhas dívidas para os meus filhos”.
A Grécia vive a sua pior crise económica desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e as medidas de austeridade exigidas por credores estrangeiros em troca da ajuda internacional levam o país ao seu quinto ano de recessão.
O governo disse, ano passado, que a taxa de suicídios cresceu 40 por cento em relação a dois anos antes, reflectindo o desespero causado pela crise.