A organização internacional de defesa do meio ambiente Greenpeace acusou o grupo francês Areva de pôr em perigo a saúde dos moradores das imediações das minas de urânio no norte de Níger, em um relatório divulgado nesta segunda-feira.
“Os moradores de Arlit e de Akokan continuam vivendo em um ambiente de atmosfera envenenada, de terras contaminadas e de água contaminada. A cada dia que passa, os nigerinos estão expostos à radiação, à pobreza e às doenças”, denunciou a ONG de defesa do meio ambiente.
Arlit e Akokan são duas cidades mineiras do noroeste de Níger, país pobre do Sahel onde a Areva, número um mundial da indústria nuclear civil e maior empresa privada do país, explora jazidas de urânio.
“O Greenpeace pede a realização de um estudo independente sobre as minas e as cidades de Arlit e Akokan, seguido de uma limpeza e de uma profunda descontaminação”, acrescentou a ONG em seu relatório de 30 páginas. O estudo indicou concentrações anormais de urânio no solo e de radónio, um gás natural radioativo, no ar, e inclusive sua presença em um mercado de objetos radioativos reciclados provenientes das minas.
O grupo nuclear Areva criticou o Greenpeace por fazer “várias interpretações e afirmações sem fundamento”.