As autoridades sudanesas detiveram dois principais líderes da oposição que teriam assinado um documento apelando para a destituição do Governo do Presidente Omar Al Bashir por meios pacíficos, segundo um comunicado de imprensa divulgado domingo pela formação da oposição Aliança de Consenso Nacional (NCA).
A NCA declarou que Farouq Abu Eissa That, chefe das Forças Nacionais de Consenso (NCF), e o militante dos direitos humanos Amin Makki Medani foram detidos sábado à tarde 24 horas depois do seu regresso da capital etíope, Addis Abeba, onde eles assinaram o documento a 3 de dezembro de 2014.
Os outros signatários do documento anti-governamental intitulado “Apelo do Sudão” são o líder do Partido Nacional Umma (NUP) da oposição, Sadiq Mahdi, o antigo primeiro-ministro cujo Governo eleito foi destituído em junho de 1989 pelo regime atual.
O documento apela a uma revolução popular através de manifestações, entre outros meios pacíficos, para pôr termo ao regime do Presidente Al Bashir. Os líderes da oposição no Sudão reuniram-se em Addis Abeba enquanto o Governo se comprometeu em negociações de paz com os grupos rebeldes – Movimento Popular de Libertação do Norte do Sudão (SPLA-N) e dois grupos rebeldes de Darfur, o Movimento da Justiça e Igualdade (JEM) e o Movimento Popular de Libertação do Sudão (SPLA-M).
Segundo fontes oficiais em Cartum, o Governo fustigou o documento e revelou que está atualmente engajado em negociações de paz, tendo promovido fórum, conhecido por diálogo nacional global, para acolher todas as partes, incluindo os movimentos armados da oposição para fazer avançar o processo democrático no país.
As autoridades governamentais acusaram a aliança da oposição de receber fundos e apoios de fontes estrangeiras que tentam desestabilizar o país e prometeram processar os que participaram na assinatura do documento no seu regresso ao país.