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Governo só pensa mas não tem solução à vista no tocante a travessia do rio Chire

O Governo de Moçambique ainda não tem ideias para minimizar o sofrimento dos utentes da travessia entre Pinda na Zambézia e Mutarara em Tete, concretamente no rio Chire.

Atravessar aquele rio precisa coragem e sobretudo paciência. O batelão que assegura a travessia é manual e por vezes só deixa cair lágrimas. Os utentes tem a obrigação de dar a mão aos tripulantes, para ver se saem rápido daquele rio.

Camiões com carga baldeiam primeiro o seu produto e dai atravessam para uma das margens, dependendo do seu destino. E ai devem pagar alguns homens para colocarem a carga novamente no camião.

Em média são duas horas de tempo para os automobilistas de carga conseguirem atravessar a Mutarara ou Morrumbala. As populações arriscam e fazem-se em pequenas canoas, manejadas por crianças que fazem do mar seu habitat normal. Brincam naquele rio como se na areia fosse.

Homens, mulheres e crianças fazem do Chire seu corredor de vida e um meio de sustento. Mesmo sabendo que há riscos, as pessoas fazem tudo o que está ao seu alcance para conseguirem a vida. Umas pessoas produzem em Mutarara (Tete) partindo de Morrumbala (Zambézia) e vice-versa.

Todas votadas ao sofrimento e no meio de muito risco, porque ficamos a saber que os crocodilos são abundantes naquele rio. Isso tudo é do conhecimento do governo do nosso país, mas não há solução a vista até agora, o governo de Moçambique diz não ter solução à vista para solucionar o problema no rio Chire.

Carmelita Namachulua, ministra da Administração Estatal, disse em Quelimane que o governo apenas sabe de quão é o sofrimento que há na travessia do Chire, mas uma solução a curto e médio prazo, não há.

“Estamos cientes que é difícil atravessar no Chire, mas temos que estudar se é viável uma ponte ou um batelão em condições” – disse Namachulua, esta segunda-feira, em Quelimane.

Num outro passo, quando perguntamos a MAE se ainda neste quinquénio haveria alguma luz verde, a fonte disse não precisar, tendo se socorrido na tese de que o problema é do conhecimento do governo. “Isso é uma coisa que temos, por isso, fiquem calmos que o governo fará algo para o rio Chire”-acalmou a ministra Namachulua.

Entretanto

Sabemos que os tripulantes do batelão no rio Chire estão há oito meses sem salários, isto porque a empresa proprietária do batelão a ECMEP não paga salários.

A travessia de viaturas ligeiras no rio Chire custa Cem meticais e aqueles que tem a sorte de encontrar a tripulação já fora da hora, acabam triplicando o valor, tal como aconteceu com uma família sul-africana, que pagou Cem dólares norte americanos para atravessar a Mutarara, recentemente, como se vê na imagem.

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