O Governo santomense decidiu redistribuir, até Julho de 2014, cerca de 70 parcelas de terras abandonadas para aumentar a produção e a produtividade agrícolas como forma de combater a pobreza no arquipélago, soube-se, Terça-feira (9), de fonte oficial em São Tomé.
As parcelas de terra em causa foram localizadas pelos serviços do Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural, para serem redistribuídas brevemente, visando a sua valorização.
“Não podemos dar-nos ao luxo de ter terras abandonadas, se quisermos combater a pobreza”, declarou a fonte, sublinhando que “cada pedaço de terra no meio rural terá que ser devidamente utilizado e explorado”.
O Governo elegeu jovens residentes nas comunidades agrícolas como os novos beneficiários, numa nova política que tem como finalidade combater a pobreza através do aumento da produção e da produtividade.
Segundo dados estatísticos disponíveis, as terras férteis na produção do cacau caíram drasticamente em comparação com o período colonial, quando “com apenas 15 grandes unidades agroindustriais, os Portugueses chegavam a produzir 55 mil toneladas de cacau, numa área de 60 mil hectares de terras”.
Depois da independência do país em 1975, a queda na produção foi bastante acentuada, e a exportação do cacau não foi além das 12 toneladas, enquanto que, nos anos 80, o principal produto nacional de exportação baixou para três mil toneladas, revelam as mesmas estatísticas.
A reforma agrária influenciada pelo Banco Mundial, nos anos 90, desmantelou o tecido produtivo deixado pelos colonos portugueses. Por sua vez, as terras tornaram-se improdutivas dando lugar ao êxodo rural, com muita mão-de-obra a abandonar as roças para a cidade, em busca de melhores condições de vida.
Com cerca de 180 mil habitantes, no Golfo da Guiné, São Tomé e Príncipe beneficia de uma situação geográfica excepcional. O país dispõe de todas as condições climatéricas favoráveis, nomeadamente terras de origem vulcânica, solo fértil e boa temperatura para a produção do cacau.