O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) em colaboração com o da Indústria a Comércio, está a estudar as formas de reduzir ou banir o uso de sacos plásticos de baixa densidade (sacos plásticos finos) por tratar-se de produtos que propiciam a acumulação de lixo, sobretudo nas cidades.
O facto foi revelado hoje, em Maputo, pela ministra para a Coordenação da Acção Ambiental, Alcinda Abreu, em declarações a imprensa, no Aeroporto Internacional de Maputo proveniente da província de Sofala, onde teve lugar a 3ª Feira Ambiental, que decorreu 4 a 6 de Março corrente. Em Sofala, também inaugurou a feira ambiental e orientou encontros sobre as boas práticas para protecção e conservação ambiental. Na ocasião, Abreu destacou que o Governo não pode tomar uma posição drástica para inibir as pessoas de usarem os sacos plásticos. Justificando esta posição, Alcinda Abreu disse que mesmo os países que já tomaram medidas contra o uso do plástico, não declararam um banimento total.
“O que dizem os países como a Africa do Sul e’ se queres usar plástico pagas, ou seja compras, e se levares um cartucho e’ de grátis. Nós muitas vezes ficamos preocupados como os sacos que voam de um lado para outro, por isso, facilmente visíveis. Mas temos também as garrafas”, explicou a ministra. As autoridades municipais da cidade de Maputo defendem que o banimento do uso de sacos planos, sobretudo os mais finos, vai minimizar sobremaneira os custos de limpeza da cidade e reduzir a sujeira que se acumula nas sarjetas, redes de esgotos durante o período de chuvas. Enquanto não chegar a tomada de medidas concretas, explicou Abreu, o MICOA e seus parceiros vão continuar a levar a cabo acções para a mobilização e demonstração das técnicas sobre como reciclar e reutilizar os diferentes tipos de lixo em Moçambique.
Por isso, segundo Abreu, a Feira Ambiental, contou com a participação de expositores e palestrantes que durante os três dias do evento não mediram esforços em transmitir as suas experiências sobre como usar o lixo de forma rentável para a criação de emprego e redução da pobreza.
A ministra disse que durante a feira foi posta à vista uma experiência sobre o uso da garrafa plástica ou de vidro para a construção de casas e como armadilhas para mosquitos que provocam a malária. “Também vimos como usar restos de madeira e de tecidos para o fabrico de objectos de adorno e de beleza e o lixo orgânico para a produção de adubos para melhorar a produção agrícola”, disse Alcinda Abreu.
Para que estas acções sejam continuadas, a ministra explicou que o Executivo conta com apoio dos Comités de Gestão de Recursos Naturais e de Risco, que estão a realizar campanhas de mobilização sobre a reutilização do lixo, protecção dos mangais para combater a erosão. No caso concreto da cidade da Beiram capital provincial de Sofala, a ministra fez saber que uma universidade japonesa está a realizar um estudo para identificar as medidas mais efectivas para combater a erosão costeira, enquanto decorre o trabalho de reflorestamento e expansão do mangal.
A 3ª Feira Ambiental, que pela primeira vez foi realizada fora da cidade de Maputo, contou com a participação de um total de 16 palestrantes e 48 expositores.