O Governo vai passar a controlar, a partir de Marco próximo, o preço de venda ao público do cimento produzido pelas três unidades industriais da “Cimentos de Moçambique”. O preço vai ser fixado pela própria fábrica para evitar casos de especulação que ocorrem um pouco por todo o país, principalmente nos períodos de grande procura. Actualmente, à porta da fábrica o saco deste importante material de construção está fixado em 250 meticais (aproximadamente oito dólares americanos), mas no mercado chega a ser comercializado a preços que variam entre 325 e 500 meticais, dependendo da região.
Steffen Kasa, Presidente da Comissão Executiva da Cimentos de Moçambique, ao revelar o facto, ultima Quinta-feira, num encontro com o Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, disse que a fábrica está a desenhar um plano para reduzir casos de especulação. Para o efeito, segundo Steffen Kasa, citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, a fabrica passara” a fixar o preço básico do produto no mercado, distribuilo aos armazenistas, entre outras acções, incluindo a definição da margem de lucro para os revendedores.
A fonte explicou que a indústria não está a ganhar nada com a especulação que se verifica actualmente, antes pelo contrário, só sai a perder, tendo defendido que a Cimentos de Moçambique tem como política agravar os preços uma ou duas vezes por ano, consoante a situação do mercado interno e externo, mas não ao ponto de atingir níveis alarmantes, como acontece desde o ano passado.
Segundo ele, uma das principais fragilidades tem a ver com o facto de a fábrica não controlar o preço do produto, ficando a definição deste ao critério do retalhista, o que se torna ainda mais grave quando se sabe que muitos dos comerciantes são do sector informal. “O preço do produto sobe na distribuição ou no vendedor final e é muito difícil controlar isso, por ser um sistema de mercado informal, onde a procura e a oferta é que definem o preço”, clarificou Steffen.
Neste momento, segundo a fonte, está em curso o processo de contratação de uma empresa de transporte, para passar a distribuir o produto e adoptar um esquema de definição do preço e uma margem de lucro nos contratos com os retalhistas, para que a mercadoria seja colocada no mercado sem prejudicar o consumidor. Steffen garantiu que até Março próximo o esquema poderá começar a ser implementado.
No encontro, a fonte revelou que entre Maio e Junho poderá entrar em funcionamento um novo moinho na fábrica da Matola, o que vai aumentar para o dobro a capacidade de produção de cimento, passando das actuais 500 mil toneladas ao ano para 1.150 mil.
Por seu turno, o Ministro Armando Inroga referiu ser importante que a fábrica leve avante o projecto de fixação do preço de cimento e do sistema de distribuição eficiente, porque isso vai permitir que o Governo passe a controlar melhor o produto no mercado. Além disso, vai permitir que o consumidor passe a adquirir o cimento ao preço real, o que vai elevar o nível de construção de habitações e infra-estruturas sócio-económicas, contribuindo assim para o desenvolvimento do país. “Ainda este ano, o Governo vai eleger o cimento como um dos produtos básicos, razão pela qual é necessário que o seu preço esteja acessível ao consumidor”, referiu.
A Cimentos de Moçambique tem três fábricas, nomeadamente na Matola (Sul do país), Dondo (Centro) e Nacala (Norte). As três indústrias produziram durante o ano passado cerca de 960 mil toneladas de cimento, para uma capacidade de consumo estimada em cerca de 1.100 mil toneladas/ ano.