O governador de Nampula, Felismino Tocoli, mostrase insatisfeito com o ritmo processual da alienação de cantinas rurais na província. Com efeito, instou as autoridades que superintendem a matéria no sentido de imprimirem maior dinamismo para a conclusão do processo que abrange cerca de mil cantinas.
O governante referiu que as 491 lojas rurais alienadas até o momento não respondem às necessidades de comercialização dos excedentes, bem como à disponibilização de instrumentos agrícolas e sementes aos produtores que mostram uma pujança no sentido de aumentar as suas áreas de cultivo e, consequentemente, dos volumes de produção em resposta ao apelo do governo no contexto do alívio à pobreza.
Nampula tem um universo de 727 cantinas rurais em funcionamento, as quais, na óptica daquele governante, são ainda inferiores às necessidades porque temos que ter em conta que há distritos que conseguem volumes fabulosos em termos de produção agrícola e outros em menor proporção.
Por isso, temos a responsabilidade de reduzir as distâncias que as populações percorrem para satisfazer as suas necessidades em produtos básicos e insumos agrícolas para que possam dedicar-se mais na agricultura – disse Felismino Tocoli.
Entretanto, o chefe do departamento de comércio na direcção provincial de Indústria e Comércio em Nampula, José Antunes, referiu que o processo de alienação de cantinas rurais está a decorrer num ritmo relativamente lento, porque houve uma necessidade antecipada no sentido de arrolar a sua propriedade como forma de prevenir conflitos com possíveis proprietários que, no entanto, teriam abandonado os imóveis.
A disposição das cantinas rurais naquela província nortenha não é proporcional à capacidade que cada um dos 21 distritos tem no contexto da produção agrícola. Exemplo disso, segundo José Antunes, os distritos de Mogovolas, Erati, Moma Meconta e Mogincual concentram maior número de cantinas, facto que está relacionado à existência de concessões de algodão e sisal naqueles pontos.
De referir que os distritos de Malema, Ribáuè, Monapo e Mecuburi, considerados celeiros da província nas culturas alimentares e de rendimento, registam uma fraca cobertura da rede comercial, à semelhança daqueles que menos produzem na província, nomeadamente Mossuril e Nacala-a- Velha.