A empresa Electricidade de Moçambique (EDM) submeteu ao Governo uma proposta de revisão e aumento das tarifas de consumo energia eléctrica em vigor no país, com vista a fazer face à dívida à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), no valor de 56.7 milhões de dólares norte-americanos, o equivalente a 10 meses da facturação.
De 2008 a esta parte, a EDM acumulou mais de 115 milhões de dólares norte-americanos de dívidas com os seus fornecedores, o que faz com que a única solução seja o aumento da tarifa para a liquidação do montante. Uma proposta nesse sentido está a ser analisada pelo Executivo, disse o ministro da Energia, Salvador Namburete, para quem ainda não há garantia qualquer ajustamento tarifário programado, mas advertiu que “todos teremos que pagar o preço justo pela energia que consumimos”, refere o matutino Notícias.
O preço da energia da HCB era, até ao fim do ano passado, 3.6 dólares norte-americanos por cada quilowatt/hora (kWh), contra os 15 dólares a unidade de facturação cobrados pela Aggreko e os 25 a 30 dólares exigidos pela Eskom, indica o aquele diário, acrescentando que “o acesso pela EDM de uma quantidade adicional de energia da HCB está dependente dos contratos comerciais assinados com aquela firma produtora, que preconizam que, até 2029, para Moçambique serão alocados apenas 300 Megawatts e para a África do Sul volta de 1100 MW”.
“Da simulação feita, os consumidores domésticos de baixa renda, aqueles que usam por mês até 200 kWh, pagando actualmente 636 meticais, teriam um ajustamento de 165 meticais. Os de renda média (500 kWh/mês) passariam a pagar 413 meticais acima dos actuais 1590 meticais, enquanto os da rende elevada, com consumos na ordem de 1000 kWh/mês, a factura agora fixada em 3.396 meticais subiria em 883 meticias”.
Exercício semelhante foi feito para os consumidores comerciais e os típicos oficinas, pequenas industrias, fábricas, hotéis e bancos.