A lista dos que estão privados de energia eléctrica da rede nacional no distrito de Morrumbala é grande. A administração distrital, Instituto de Formação de Professores (IFP), Rádio Comunitária local, Sistema de abastecimento de água, Residências do Secretário Permanente e do director dos serviços distritais de Saúde, Mulher e Acção Social, Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) são os visados.
Esta privação da corrente eléctrica, da tal Cahora Bassa que se diz ser nossa, acontece desde a semana passada, quando uma equipa da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), deslocou-se a aquele distrito e ai houve de facto corte de energia a estas instituições.
O motivo é aquele de sempre. Falta de pagamento, já que naquele distrito ainda não foi instalado o sistema de consumo pré-pago, os clientes estão sujeitos a pagarem uma factura mensal pelo seu consumo.
Na administração do distrito por exemplo, os funcionários que usam equipamento informático só vão para assinar o livro de ponto, porque sem energia nada podem fazer. Alguns já pensam em voltar para as máquinas de dactilografar, pena é que com o surgimento dos computadores, aquele equipamento foi relegado para o último plano e quase inexistente em algumas instituições que usam com frequência.
A rádio local já não dá informação aos ouvintes, não só de Morrumbala, mas também dos distritos circunvizinhos das províncias de Tete e Sofala e porque não também do vizinho Malawi.
Os locutores e outros trabalhadores da rádio não têm meios para trabalhar, porque sem energia não há rádio. O gerador instalado naquela rádio não funciona, o que deixa os ouvintes cada vez mais com nervos a flor da pelo.
Água rara em Morrumbala
Desde muito a água tem sido um bico-de-obra para a população da vila de Morrumbala. Gente procura água em todos cantos da vila e quando não encontra recorre aos poços tradicionais ou rios.
E com o corte de energia da semana passada que também não poupou o centro de bombagem de água da vila, a vida da população da vila tornou-se mais complicada. Toda gente procura água e não a vê. Porque embora sai a conta gotas, valia a pena.
Os que têm viaturas vão a busca de água no rio. Os clientes que se hospedarem em algum local poderão ter imensos problemas em fazer banho ou outra coisa.
Administrador dá culpa às Finanças
Entrevistado telefonicamente a partir de Manica onde se encontra de férias, o administrador do distrito de Morrumbala, Ernesto Marcos, disse que o facto deve pela avaria, há duas semanas, do SISTAFE ao nível daquele distrito, o que não permite o pagamento de contas por via directa.
Ao telefone, o administrador disse que mesmo longe tem tentado falar com a direcção Provincial das Finanças com intuito de resolver este problema, mas sempre prometem que vão enviar um técnico mas nunca enviam.
Nesta conversa telefónica, Ernesto Marcos disse nos que “esta manhã, portanto, esta segunda-feira, liguei para a directora provincial das Finanças para lhe perguntar o que se passa, mas ela disse me que estava numa reunião e encaminhou-me para tratar o assunto com um dos seus adjuntos” – estivemos a citar as palavras do administrador distrital.
Sem avançar datas, a fonte disse que neste momento os esforços estão centralizados para restabelecer a energia eléctrica na rádio para garantir informação assim como no sistema de abastecimento de água.
Tudo isso, claro, se as Finanças enviarem o tal técnico para resolver a avaria no SISTAFE de Morrumbala, o que iria permitir o pagamento das contas a EDM.
Todavia, o administrador reconhece as dificuldades que o distrito está a passar com a falta de energia nestas instituições e sobretudo no abastecimento de água e funcionamento da rádio local, já que a Constituição da República diz que a informação é um direito, então por estes dias a mesma constituição está sendo violada em Morrumbala.
Recorde-se que esta ofensiva da EDM já atingiu num passado não muito distante empresas como a Televisão de Moçambique e outras pelos mesmos motivos.