O governo da Venezuela intensificou a disputa contra o novo Congresso comandado pela oposição nesta quinta-feira com um protesto contra a remoção das imagens do falecido líder socialista Hugo Chávez e um apelo legal contra a tomada de posse de três parlamentares.
Aborrecido pela remoção sem cerimónias nesta semana de fotos gigantescas de Chávez do Congresso, o seu sucessor, o presidente Nicolás Maduro, as colocou em exibição numa praça em Caracas, vigiadas por militares, e autoridades prometeram espalhar mais pelo país.
“Eu dei a ordem para que nas próximas horas todas as ruas de Caracas, todos os postes, todas as cercas, tenham a imagem do nosso libertador Simón Bolívar e a imagem do nosso Pai Chávez”, disse Jorge Rodriguez, importante líder do Partido Socialista, numa praça em Caracas com centenas de simpatizantes do governo.
O furor ilustra o crescente confronto entre a oposição venezuelana, que controla a Assembleia Nacional pela primeira vez em quase 17 anos, e o governo Maduro.
Autoridades do governo ficaram enfurecidas com um vídeo de Henry Ramos, 72 anos, o tempestuoso novo presidente da Assembleia, a falar a funcionários no início desta semana para livrar o edifício de imagens de Chávez, e acrescentando: “Isso não é cemitério”.
Maduro fez um chamado para protestos nacionais. “Ele não respeita o sentimento nobre de milhões de venezuelanos, a nobre memória de um homem que morreu”, afirmou o presidente na quarta-feira.