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África olha novamente para transgénicos após severa seca prejudicar as colheitas

Uma forte seca no sul de África que levou a um quadro generalizado de colheitas más pode impulsionar os países africanos a finalmente aceitar plantações geneticamente modificadas para melhorar a produtividade e reduzir as importações de grãos.

A seca, que alcançou até a África do Sul, maior produtor de milho do continente, foi exacerbada pelo fenómeno climático El Niño e aconteceu depois de períodos de seca no ano passado que afectaram países como o Zimbábue e o Malawi.

A agência de combate à pobreza Oxfam disse que 10 milhões de pessoas, principalmente na África, passam fome devido a secas e falta de chuvas. Este quadro coloca em debate as plantações transgénicas, especialmente de milho, uma cultura básica cultivada e consumida na maioria dos países da África Subsariana.

Muitos países africanos baniram plantações transgénicas, argumentando que elas poderiam contaminar outras plantas, poluir o ambiente ou causar efeitos de longo prazo sobre humanos. Mas os defensores dos produtos geneticamente modificados dizem que esses temores não têm fundamentos científicos e destacam que os pobres camponeses africanos provavelmente se beneficiariam com uma redução no uso de pesticidas e do custo de produção, com maiores retornos e preços para as colheitas.

“Colheitas geneticamente modificadas são uma das soluções alternativas para reduzir a fome no continente, entre muitas outras, que incluem uma boa técnica na agricultura”, disse o presidente da Autoridade Nacional de Biotecnologia do Zimbabwe, Jonathan Mufandaedza.

Estados Unidos da América, Brasil e Índia estão entre os maiores adeptos de plantações transgénicas, enquanto em África apenas a África do Sul autoriza a produção de milho transgénico em escala comercial.

“As percepções estão a mudar, com Burkina Faso, na África Ocidental, e mais recentemente o Sudão tendo começado a cultivar algodão transgénico comercialmente”, disse à Reuters o especialista em culturas transgénicas Getachew Belay. “Historicamente, a África tem sido um retardatário em aceitar novas tecnologias agrícolas”, disse Belay, citando “medos exagerados” da população que reflectem-se na formulação de políticas.

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