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“Gostaria de ser pastor”

“Gostaria de ser pastor”

 

Aos sete anos de idade começa a ganhar o gosto pela música, mas foi na igreja onde deu os primeiros passos e, nos finais de 2007, entra para o mundo de showbizz. Temente a Deus e romântico, Hermínio diz-se bom rapaz e, se não fosse músico, gostaria de ser pastor.

Visto como romântico, o autor de “Eu dou” teve a amabilidade de nos conceder uma entrevista. Hermínio Chavana, ou simplesmente Hermínio, define-se como um jovem moçambicano de vinte e poucos anos como qualquer outro, marido de Fátima e filho da dona Teresa.

O seu primeiro contacto com o mundo da música deu-se quando contava apenas sete anos, passou pelo coro da igreja e só no final 2007 conheceu o mundo de showbizz. “Fui bem acolhido, claro que ainda há reservas porque é impossível agradar a todos, estamos num mundo de gregos e troianos”. As suas músicas tornaramse um sucesso absoluto e fazem dele o artista do momento.

Mas antes de entrar para a ribalta, Hermínio confessa que já ouvia as pessoas a comentarem as músicas e os colegas de trabalho chegavam a dizer que se tratava de um artista angolano. “Não tenho medo da fama, aliás, ainda não me sinto famoso, sou simplesmente conhecido”, revela com toda a humildade que o caracteriza. Em termos de espectáculo, diz estar bem, pois tem feito shows quase todas as semanas e, neste momento, encontra-se a promover o seu segundo álbum denominado “Especialmente para si” que contém 18 faixas.

(@Verdade) – Alguns artistas ameaçam, muitas vezes, afirmando que podem parar de compor.Alguma vez já perdeu a vontade de ser músico?

(Hermínio) – Há fases. Tenho tido dias bons e maus. E existem aqueles dias maus que, às vezes, se têm prolongado desde o primeiro dia do mês até ao último. E, durante o mês todo fico a pensar que poderia fazer outra coisa. Mas é algo que vem dentro de nós, ou melhor, eu, em particular, não tenho tido vontade de compor, é algo que acontece de forma espontânea. Só Deus é que sabe quando vou parar.

(@V) – Quantos álbuns faltam para parar de compor?

(H) – Não posso precisar quantos álbuns faltam para eu parar porque a cada dia que passa a inspiração vai nascendo, mas gostava de fazer dez álbuns.

(@V) – Sofre muito ao escrever?

(H) – É espontâneo, mas há vezes que sofro para finalizar uma letra, pois a minha tensão sobe e tenho de pensar em muita coisa. Há dias em que não há inspiração para concluir um certo trabalho, então aí sofro bastante.

(@V) – Já experimentou alguma substância para atingir inspiração artificialmente?

(H) – Não. A única substância que eu experimento para ter inspiração é a água.

(@V) – Os músicos, muitas vezes, são conotados com o consumo de estupefacientes. O mundo da música onde se encontra inserido é fértil em consumo de drogas?

(H) – Não acho. Nunca notei isso nos meus colegas. Eu, particularmente, não entro nesse mundo. Mas também é bom que se diga que isso é tabu, ou seja, as pessoas têm em mente que a pessoa que anima as outras, neste caso o músico, para ter coragem e cantar tem de se drogar um bocado, mas isso é um tabu. Na verdade, não tem nada a ver uma coisa com a outra.

(@V) – Como encara o sexo: uma necessidade biológica; a extensão do amor; ou um meio para a procriação?

(H) – As três coisas. Mas isso tem fases, por exemplo, suponhamos que durante seis anos não encontro a pessoa ideal para um relacionamento sério, como ser humano preciso de me aliviar, daí a necessidade biológica.

Mas também dentro do próprio amor existem pessoas que estão juntas há muito tempo e chegam à conclusão de que é altura para praticar sexo como dois amantes apaixonados. E existe a outra fase, a terceira, “estamos juntos há tanto tempo porque é que não podemos fazer filhos?”.

Em suma, acho que as três vertentes funcionam.

(@V) – Se todos os músicos fizessem o teste do SIDA, na sua opinião, qual seria a percentagem de infecção?

(H) – Uma pergunta bastante delicada. Gostaria de não comentar sobre este assunto porque estaria a especular ou a ser preconceituoso.

(@V) – Se não fosse músico o que gostaria de ser?

(H) – Se não fosse músico, gostaria de ser pastor. Seria um pescador de almas para Jesus, para mim seria bestial. Sou cristão evangélico e de momento não vou a nenhuma igreja.

(@V) – O que é mais importante: o amor numa cabana ou uma vida repleta de luxo, mas vazia de amor?

(H) – Acho que amor numa cabana é importante porque, quando temos amor, temos muita força, vontade e coragem de lutar pelos nossos ideais. Logo, o amor faz-nos sair da cabana.

(@V) – O que é mais importante: o corpo ou o espírito?

(H) – As duas coisas são importante. O que é um corpo sem espírito, senão uma coisa morta.? E o que é espirito sem corpo? Ele vagueia literalmente.

(@V) – Já equacionou compor uma música contra o SIDA?

(H) – Já pensei em cantar no meu próximo trabalho. É prematuro falar do álbum, mas uma coisa garanto-lhe, vai-se intitular “Apelo” e estará no mercado a partir de Fevereiro do próximo ano (2011).

O disco terá uma abordagem romântica, traz consigo questões do dia-a-dia e será totalmente diferente dos últimos dois álbuns.

(@V) – O que pode vencer o SIDA: o amor ou a mudança de comportamento?

(H) – Acho que o amor é resultado da mudança de comportamento, ou melhor, só muda de comportamento quem ama e quando a pessoa ama de verdade entregase sem preço ou reservas.

(@V) – Como definiria o SIDA?

(H) – SIDA é um indivíduo mascarado, tem duas caras, e é necessário andar com binóculos para poder vê-lo. É um indivíduo muito chato e dava tudo para acabar com ele.

(@V) – Já esteve numa situação embaraçosa com as suas fãs?

(H) – Já. Havia uma admiradora que me ligava dizendo que me queria e tudo mais. Uma vez, o marido ligou-me e começou a insultar-me porque acreditava que eu andava com a sua esposa. Disse-lhe que não tinha nenhum caso com a mulher dele. Como conto tudo o que me acontece à minha esposa, pus-lhe a falar com ele e a minha mulher explicou o que estava a acontecer. E tantas outras situações que não me vêm à cabeça neste momento.

(@V) – Que Hermínio se pode esperar daqui a cinco anos?

(H) – Duvido que seja o mesmo porque, daqui a cinco anos, terei crescido cinco anos, então serei um pouco mais velho. Mas, em termos de música e de trabalho, continuarei na mesma linha.

(@V) – Tem tido muito apoio ou patrocínios?

(H) – Tenho tido muito apoio moral, mas financeiro não. Custeio os meus álbuns com o meu próprio dinheiro e, por essa razão, espero que, em termos de venda, o segundo CD seja melhor do que o anterior, pois pretendo recuperar tudo o que investi. A receptividade do disco está a ser positiva, o povo tem aderido bastante se calhar porque tem músicas mais agitadas comparativamente ao anterior.

(@V) – Uma mensagem para os leitores d’@VERDADE…

(H) – Busquem sempre a verdade assim como jornal o @VERDADE faz e não se esqueçam de comprar o meu CD.

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