A ginástica, uma das modalidades desportivas mais antigas no mundo, na cidade e província de Nampula continua a registar fracassos e a sua prática é protagonizada por alguma pessoas de classe média e alta. A sua massifi cação não se faz sentir. Aponta-se como um dos factores do alegado desinteresse dos nampulenses o facto de os cidadãos, sobretudo os jovens, considerarem-na própria para gente prestigiada. A situação preocupa sobremaneira a Comissão Provincial de Ginástica de Nampula.
Israel Cláudio, presidente daquela instituição, disse ao @ Verdade que o mais preocupante é não se perceberem os motivos que levam as pessoas a não praticarem ginástica porque esta é uma modalidade desportiva que não exige muitas condições financeiras para a sua prática.
“As escolas e outros locais de maior aglomeração populacional da província de Nampula não investem na ginástica por consideram que esta só deve ser praticada por pessoas de elite, o que não é verdade ”, disse Israel Cláudio.
Refira-se que actualmente a ginástica é movimentada, apenas, na capital provincial. Presentemente a província de Nampula conta com pouco mais de 10 núcleos que movimentam a modalidade. Segundo o dirigente da comissão, este número não é encorajador tendo em conta a quantidade de habitantes daquela parcela do país, a mais extensa em relação às outras províncias.
Das mais conhecidas vertentes da modalidade no mundo, em Nampula são praticadas apenas sete, entre elas a ginástica acrobática, a ginástica rítmica, a ginástica artística e a ginástica geral. Cada uma delas tem equipamentos próprios. Recorde-se que a Comissão Provincial de Ginástica foi criada na cidade de Nampula nos meados de 2009. Neste momento, um dos desejos da agremiação é criar e oficializar uma associação de nível provincial para ajudar a massificar o tipo de desporto a que nos referimos. No ano passado, os dirigentes da comissão em alusão manifestaram, formalmente, o interesse de ver registada a agremiação mas até aqui nada foi conseguido por causa da burocracia. O processo está nas gavetas dos gabinetes dos responsáveis pelo aval da almejada associação.
O responsável da comissão de ginástica de Nampula deu a conhecer, por outro lado, que a falta de apoio moral, material e financeiro tem estado a contribuir para a extinção paulatina daquela modalidade.
No concernente ao apoio material e financeiro, a sua colectividade nunca beneficiou, da Direcção Provincial da Juventude e Desporto (DPJD) e do sector privado, por exemplo, de nenhum apoio. As actividades em curso com vista a garantir a prática contínua da ginástica, embora por um número reduzido de pessoas, naquele ponto do país, têm tido lugar com recurso a meios próprios de gente com “amor à camisola”.
“Realizamos as nossas actividades, desde a criação da Comissão Provincial de Ginástica, sem apoios, o que muitas vezes não tem sido fácil e não nos permite trabalhar”, lamentou o nosso entrevistado. Contudo, o nosso interlocutor assegurou que a sua organização vai continuar a envidar esforços de modo a tornar aquela modalidade, nos próximos tempos, numa referência na cidade e província de Nampula.
“O nosso objectivo é posicionarmo- nos em lugares cimeiros no que tange à prática da ginástica”, disse Cláudio, para depois acrescentar que para o efeito deve haver a colaboração de todos os cidadãos.