A Renamo considera que, embora as suas exigências tenham sido incorporadas na nova legislação eleitoral, vai participar nas eleições gerais de 15 de Outubro próximo em desvantagem porque não esteve na concepção do calendário eleitoral, para além de ainda não ter fiscais em todos os postos de recenseamento e não estar representado em todos os órgãos eleitorais, excepto a Comissão Nacional de Eleições, como preconiza a lei.
Na opinião de Fernando Mazanga, antigo porta-voz do partido e actual membro da Comissão Nacional de Eleições, porque o Renamo e o Governo estavam em negociações, os preparativos das eleições gerais de Outubro deviam ter sido interrompidos para permitir que o pacote eleitoral fosse revisto.
“Estamos em desvantagem e temos consciência disso. O processo já está a decorrer e a Renamo nem sequer tem fiscais em todos os postos de recenseamento eleitoral. Não integrámos os órgãos eleitorais antes porque queríamos que a legislação eleitoral fosse revista e isso já aconteceu. A Renamo vai ocupando o seu lugar gradualmente. Antes tarde do que nuca”, disse Mazanga, momentos antes de tomar posse como membro da CNE.
Por outro lado, a nossa fonte diz que “a Renamo pediu ao Governo para que esperasse pelos resultados das negociações que decorriam no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano mas este preferiu avançar. O pedido visava dar tempo à Renamo para se preparar para participar no processo para evitar o que está a acontecer agora”.