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George Clooney, Matt Damon e Ewan McGregor agitam Veneza

O astro George Clooney causou furor nesta terça-feira no Festival de Veneza, que também comoveu o público e a crítica com a exibição de um filme israelita sobre a guerra do Líbano, aparentemente o primeiro grande favorito da mostra.

No Lido, os paparazzi metralharam o norte-americano George Clooney, que usava um smoking negro e a jovem apresentadora de TV Elisabetta Canalis, considerada sua “noiva italiana” pela imprensa, com um vestido verde muito decotado.

Movimentada, a exibição de gala de “The man who stares at goats”, com Clooney, foi interrompida duas vezes por problemas técnicos. O actor gritou “Maravilhoso!” e cantou “O sole mio” para distrair a sala durante a primeira pane, antes de servir vinho branco, brincando com vários convidados, na segunda. Segundo filme italiano a entrar em competição – após o de Giuseppe Tornatore, antes dos de Michele Placido e de Giuseppe Capotondi -, “The white space” é adaptado do romance de Valeria Parrella, “Lo spazio blanco”.

Dirigido pela filha do cineasta Luigi Comencini, Francesca, nascida em 1961, o filme é o retracto de uma mulher indepedente próxima dos quarenta anos, que descobre que está grávida após um curto namoro. Seis meses depois, Maria dá à luz um bebê prematuro, que é imediatamente colocado em uma incubadora. Como a vida de sua filha, que pode ser interrompida a qualquer instante, a de Maria fica então em suspenso por 50 dias de um “Espaço Branco” emocional, ou seja, o espaço de tempo dado ao bebê antes de poder respirar sem a ajuda de aparelhos.

O filme italiano escapa por pouco do melodrama e tem boas passagens, graças aos diálogos bem escritos e à bela fotografia de Luca Bigazzi. Francesca Comencini já foi premiada por “Le parole di mio padre”, que recebeu o Prêmio Un Certain Regard, em Cannes 2001. Desde o início do Festival de Cinema de Veneza (2-12 setembro), dois filmes políticos, feitos pelos norte-americanos Michael Moore e Oliver Stone provocaram fortes reações, mas nenhum longa metragem em competição parece ter sido uma unanimidade, à exceção de “Lebanon”.

Baseado nas dolorosas lembranças de seu diretor, Samuel Maoz, 47 anos, nascido em Tel Aviv, o filme reviveu intensamente o início da primeira guerra do Líbano, em 1982, através do mortal avanço de um tanque israelense. A exemplo de “Valsa com Bashir”, o superbo filme de animação apresentado no Festival de Cannes 2008 por Ari Folman, muitos críticos consideraram “Lebanon” uma abordagem radicalmente inovadora da guerra.

Enfurnados em um tanque, quatro jovens soldados israelitas observam um Líbano tomado pelos massacres que eles mesmos cometem: pessoas aterrorizadas e tomadas pelo ódio, corpos carbonizados… O horror dessas cenas, somado ao confinamento e à crueldade das ordens absurdas que recebem, aumentam a tensão entre os homens. As imagens, que simulam as do visor do tanque, enchem o filme de tensão, assim como a trilha sonora, muito bem feita.

“Sem qualquer heroísmo, a vida em combate é mostrada como nunca antes”, considera o jornal italiano La Repubblica.

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