O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo deverá abrir, durante o corrente mês, um processo de instrução contraditória em conexão com um caso de desvio de fundos do Ministério do Interior (MINT), envolvendo alguns Generais e funcionários, para apresentarem esclarecimento.
Segundo “Jornal Notícias” desta Segunda-feira, os arguidos serão ouvidos após acusação feita pelo Ministério Público, num processo de acusação remetido ao juiz.
Este processo pretende dar oportunidade aos arguidos de prestar esclarecimento sobre os factos na posse do Ministério Público.
Investigações conduzidas pelo Ministério Público indicam que poderão ter sido desviados mais de 270 biliões de meticais da antiga família (cerca de 9,8 milhões de dólares ao câmbio actual), que se destinava para a aquisição de equipamentos, uniformes, ração e outros apetrechos para os homens da Lei e Ordem.
O desvio, ocorrido no exercício económico de 2004, foi despoletado em 2005, altura em que houve mexidas na chefia do Comando Geral da Policia da República de Moçambique (PRM) e no MINT.
A fonte acrescenta que os generais em causa foram acusados em torno de matérias ligadas a uma empresa supostamente fictícia “Chicamba Investimentos” criada por alguns elementos do Comando-Geral da PRM e MINT para, aparentemente, drenar fundos de ambas as instituições.
Durante a sua existência a “Chicamba Investimentos” só se reuniu uma única vez. A sua estrutura accionista era constituída por elementos do Comando-Geral da Polícia, os mesmos que agora enfrentam a justiça.
O caso daquela empresa foi matéria de discussão no julgamento do ex-Ministro do Interior, Almerino Manhenje, sentenciado a uma pena de prisão juntamente com mais dois antigos colaboradores.