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Gêmeo de presidente falecido anuncia candidatura à presidência polonesa

O líder da oposição conservadora polonesa, Jaroslaw Kaczynski, anunciou esta segunda-feira que se apresentará às eleições polonesas de 20 de junho, convocadas para designar o sucessor de seu irmão gêmeo, Lech Kaczynski, falecido em um acidente de avião na Rússia no último dia 10. “A Polônia é nosso grande compromisso comum. Exige superar o sofrimento pessoal, cumprir com seu dever, apesar de uma tragédia pessoal”, afirmou Jaroslaw Kaczynski no site de seu partido, Direito e Justiça.

“Por isso, tomei a decisão de apresentar minha candidatura à Presidência da República da Polônia”, acrescentou. Desde a morte do presidente Lech Kaczynski, seu irmão gêmeo não havia revelado suas intenções políticas.

Nesta segunda-feira, data-limite para apresentar candidatura, a imprensa polonesa e os cientistas políticos não duvidavam da decisão do que parece ser o único a enfrentar o candidato do partido liberal Plataforma Cívica (PO, no poder), Bronislaw Komorowski, favorito nas pesquisas. “Não há outro candidato do PiS que possa passar do primeiro turno” no dia 20 de junho, declarou à AFP Stanislaw Mocek, cientista político na Academia polonesa de ciências.

“O líder do PiS perdeu na catástrofe seu irmão, sua cunhada e muitos amigos, mas nossos interlocutores repetem: é duro e a política o empurra mais do que nunca à ação”, comentava o jornal de centro-esquerda Gazeta Wyborcza.

No total, 14 candidatos de todas as frentes se apresentam às eleições. A Aliança da Esquerda Democrática (SDL, oposição), terceira força política no parlamento, designou na última semana Grzegorz Napieralski como seu líder. O favorito é Komorowski, de 57 anos, chefe de Estado interino após a morte do presidente Kaczynski, de sua esposa e de outras 94 pessoas próximo a Smolensk, no oeste da Rússia. Komorowski se aproxima dos 50% das intenções de voto no primeiro turno e venceria com folga um eventual segundo turno no dia 4 de julho, segundo várias pesquisas publicadas na última semana.

Mas a emoção suscitada no país pelo acidente terá um papel central na campanha, segundo os analistas. “Jaroslaw Kaczynsski vai armar sua campanha sobre o trauma sofrido após esse evento, sobre a ideia do cumprimento da vontade de seu irmão, um testamento político”, afirma Mocek.

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