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Gasolina e gasóleo 15 por cento mais caros nas zonas mais pobres de Moçambique

Gasolina e gasóleo 15 por cento mais caros nas zonas mais pobres de Moçambique

Uma das mais ineficazes políticas para eliminar as assimetrias entre Maputo e o Moçambique real é a do custo dos combustíveis. Depois de anos a subsidiar o preço que em grande medida só beneficiou aos “maputentes” a gasolina e o gasóleo são cerca de 15 por cento mais caros na província mais pobre do nosso país, Niassa. Pior é o preço do petróleo de iluminação que chega a ser 20 por cento mais caro.

Sempre que o Governo anuncia a variação dos preços dos combustíveis líquidos omite que esse valor refere-se a venda somente em Maputo, Beira, Nacala, Monapo e Pemba. No resto do país os preços variam em função dos custos do transporte encarecendo o custo de vida para os moçambicanos mais pobres que na verdade nem sequer têm automóvel.

Com a última revisão dos preços em Agosto na província mais pobre de Moçambique, Niassa, chega-se a vender o litro de gasolina a 79,70 meticais, contra 69,53 em Maputo, o gasóleo custa 74,83 meticais, contra 64,66 em Maputo, e o petróleo de iluminação é vendido a 60,50 meticais o litro, contra 50,33 na capital do país.

Talvez por isso os moçambicanos que vivem no Niassa parecem ter desistido de possuir carros, entre 2016 e 2017 o número de carros ligeiros reduziu de 2.531 para apenas 397. Os veículos pesados também diminuíram de 1.776 para 1.104. A aposta são claramente as motorizadas que passarem de 723 para 1.545 no ano passado.

Na província de Tete o litro de gasolina chega a custar 77,70 meticais, no distrito do Zumbo onde o litro de gasóleo custa 72,83 meticais e o petróleo de iluminação é vendido a 58,50 meticais.

Muito altos são também os preços dos combustíveis na província da Zambézia, particularmente no distrito de Milange custa 78,76 meticais o litro de gasolina, 73,89 o gasóleo e 59,56 meticais o petróleo de iluminação.

Importa recordar que o Governo até há pouco tempo subsidiou o custo dos combustíveis duplamente pagando as gasolineiras para manter o preço baixo e adicionalmente subsidiava alguns milhares de operadores dos transportes privado de passageiros sediados em Maputo.

Já os transportadores das rotas provinciais, por causa da sua informalidade, nunca receberam qualquer tipo de apoio pagando o preço das gasolineiras inflacionado em função do factor localização geográfica.

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