O ministro moçambicano da saúde, Ivo Garrido, deplora a falta de cumprimento das cláusulas contratuais para o fornecimento e montagem de equipamento de cozinha do Hospital Central de Maputo (HCM) por parte da ICE, uma empresa especializada no ramo.
Esta empresa, baseada em Maputo, falhou, repetidamente, em cumprir os termos do contracto, assinado em 2007, com o Ministério da Saúde (MISAU) para o fornecimento de equipamento de cozinha, incluindo panelas, fornos e câmaras frigoríficas a HCM. Para o efeito, o MISAU pagou a vista 653 mil dólares americanos, valor correspondente a 35 por cento do orçamento global do projecto.
Contudo, volvidos dois anos, a empresa foi incapaz de respeitar as suas obrigações, tendo fornecido apenas parte do equipamento. “A empresa não cumpriu com o contracto assinado com o Ministério da Saúde”, lamentou Garrido, falando à imprensa, minutos após o termino de uma visita ao HCM durante a qual, reuniu-se com o Colectivo da Direcção do HCM, tendo também escalado a cozinha e lavandaria.
“Esta empresa escreveu cartas ao MISAU pedindo adiamento dos prazos do contrato e não cumpriu essas promessas por três vezes. Nós rescindimos o contrato porque já passavam dois anos”, explicou o governante. Assim, Garrido disse que o MISAU irá encerrar este processo e seleccionar uma outra empresa para montar o equipamento já adquirido fornecido pela ICE. Na ocasião, Garrido recomendou os dirigentes do HCM a fazerem visitas regulares de surpresa com vista a fazer controlo externo do armazém daqueles serviços.
Esta é uma nova metodologia que Garrido pretende introduzir no HCM. Garrido citou como exemplo um caso ocorrido no Hospital Central da Beira, onde desapareceram cerca de duas toneladas de arroz e 750 quilogramas de peixe devido a inexistência de um sistema de controlo rigoroso. Garrido também visitou a lavandaria para se inteirar das dificuldades e dos avanços registados nos últimos cinco anos, tendo constatado a falta para lavar, secar e engomar roupa.
O governante prometeu melhorar o sector, sublinhando que a prioridade consiste na capacitação dos recursos humanos capazes de gerir esses serviços, antes de adquirir novos equipamentos. “Hoje em dia, as lavandarias dos hospitais são geridas por biólogos e químicos que depois são especializados em Lavandaria. Actualmente, temos três jovens a estagiar neste hospital, que deverão deslocar-se ainda no corrente ano ao Brasil para frequentar um curso de Lavandaria. Lavar roupa do hospital não é como lavar roupa de casa. Aqui lava-se roupa todos os dias para 1.547 doentes, roupa com sangue, com fezes, urina, etc. Então é preciso ciência para gerir uma lavandaria do Hospital”, explicou Garrido.
A visita de Garrido ao HCM termina na próxima semana, devendo escalar os vários sectores, incluindo enfermarias daquela unidade sanitária. A mesma tem como objectivo avaliar as actividades do HCM, avaliar os avanços e dificuldades, bem como identificar problemas e estudar possíveis soluções. Fazendo um balanço preliminar, o Ministro diz ter “gostado” da visita porque encontrou um elevado nível de higiene e organização, bem como dirigentes com ideais claras dos problemas existentes e possíveis soluções.