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Comprador de apartamento na Vila Olímpica sente-se burlado; FFH culpa empreiteiro

FFH e moradores criam entidade para corrigir erros na Vila Olímpica

Pelo menos meia centena de apartamentos da Vila Olímpica, construída no bairro do Zimpeto, em Maputo, pelo Governo para acolher os delegados aos Jogos Africanos realizados em Setembro de 2011, e que foram vendidos a preço de mercado pelo Fundo para o Fomento da Habitação (FFH) apresentam sinais evidentes de infiltrações o que impossibilita a sua habitação pelos novos proprietários.

Segundo um dos compradores, que falou com a nossa reportagem, durante o processo de sorteio que antecedeu a aquisição da sua nova casa sempre lhe foi mostrado um apartamento modelo e o FFH afiançou que os restantes apartamentos estariam nas mesmas boas condições.

Puro engano. O nosso interlocutor, que é funcionário público e propôs-se a pagar o seu apartamento tipo 3, no valor de 3,3 milhões de meticais, em rendas mensais descontadas no seu salário durante 25 anos, deveria ter ocupado a casa em Janeiro deste ano, altura em que iniciou os pagamentos, mas foi confrontado com o mau estado do apartamento e não pôde habita-la.

Em Fevereiro contactou o FFH, por carta, pedindo esclarecimentos sobre o mau estado da casa que deveria ser nova, mas não obteve resposta. Em meados de Março voltou a contactar, pela mesma via, e continuou sem obter nenhuma resposta e sem poder viver na casa que já havia começado a pagar.

Entretanto, aconteceu um encontro entre o FFH e os compradores cujos apartamentos tinham problemas onde o representante do Fundo atirou responsabilidades ao empreiteiro que construiu a Vila Olímpica e não apresentou nenhuma solução para resolver os problemas.

Passados mais de três meses, e a pagar a compra da casa sem poder habita-la, a nossa fonte enviou esta semana uma carta ao FFH para rescindir o contrato de compra. O nosso entrevistado refere que recebeu um telefonema do FFH a informarem que alguém iria inteirar-se do seu problema.

FFH responsabiliza empreiteiro pelas falhas

A directora de Crédito do Fundo para o Fomento da Habitação, Idalina Langa, diz que as infiltrações nas casas da Vila Olímpica de que os proprietários reclamam devem-se à pressão que as mesmas sofreram nos últimos dias com a chegada dos novos residentes. Idalina Langa alega que quando as casas foram construídas não se tinha em conta a possibilidade de virem a tornar-se residências permanentes.

“As casas foram construídas para serem ocupadas ocasionalmente, tal como aconteceu no período dos Jogos Africanos. Não se aventava a possibilidade de elas serem habitadas permanentemente. Foi por isso que não notámos o problemas das infiltrações naquela altura”, justifica.

Depois de constatar estes erros, segundo a directora, o FFH contactou o empreiteiro, a empresa Mota Engil, para que este fizesse as respectivas correcções uma vez que as casas ainda estão dentro da garantia.

“O início dos trabalhos de correcção está para breve. O empreiteiro está a preparar-se para montar o estaleiro pois será feito um trabalho de base para que o problema das infiltrações seja resolvido. Igualmente, será feita a correcção de outros erros que eventualmente existam, caso sejam identificados”, garantiu.

Refira-se que depois dos Jogos Africanos o Governo aprovou um plano de venda de 786 apartamentos da vila olímpica, dos quais 250 mediante pronto pagamento e a preços de mercado. Outros 518 imóveis foram destinados a venda a crédito de longo prazo e 80 foram alocados ao FFH para alojamento de delegações desportivas.

O governo pretendia com estas vendas arrecadar receitas para aplicar em outros projectos de habitação em Moçambique.

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