O Fundo Nacional de Apoio as Actividades Culturais (FUNDAC) está a estudar uma nova forma de financiamento das actividades artísticas culturais em moldes comerciais. Para tal, a instituição elaborou no presente ano um ante-projecto de moldes de financiamentos e está a auscultar os artistas, fazedores e intervenientes das actividades culturais.
Depois dos encontros realizados nas cidades de Maputo e Beira, com intuito de divulgar a proposta de referência para o estudo de mecanismos de financiamentos à cultura em moldes comerciais, a delegação do Ministério da Cultura a nível da província de Nampular ealizou um encontro com músico, actores, produtores de eventos, artesãos, bailarinos, escritores, associações culturais, entre outros fazedores da cultura daquele ponto do país.
A Presidente do FUNDAC Maria Kane disse no encontro que as artes e a cultura constituem um vector potencial de geração de emprego seguro e de riqueza para os indivíduos, comunidades, que através das indústrias culturais e criativas conseguem alimentar as suas famílias. Maria Kane aconselhou os artistas traçar os seus projectos e remeterem ao FUNDAC para beneficiar de financiamento, o que poderá dinamizar as suas actividades dos diferentes actores da cultura.
Kane referiu ainda que a modalidade de financiamento das iniciativas dos artistas dependerá do projecto a ser remetido pelo proponente, uma vez que existem três modalidades, nomeadamente o de fundo perdido que não tem retorno do valor emprestado, o financiamento de fundo privado, que os beneficiários deverão reembolsar dez por cento do valor beneficiado e por ultimo o financiamento à banca.
Entretanto, este último, segundo explicou a dirigente, a sua instituição vai assinar brevemente um memorando de entendimento com algumas instituições bancárias que vão trabalhar directamente com o FUNDAC para permitir o empréstimo de valores às associações culturais. Os músicos presentes no encontro louvaram a iniciativa, mas lamentaram o facto de a pirataria estar a prejudicar o seu trabalho. Para eles, não faz sentido apostar no empréstimo bancário para editar um álbum numa editora, pois isso é bastante arriscado. E para que não haja riscos para o artista, assim como para o banco, sugerem que o Estado combata este mal.