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Funcionários públicos britânicos fizeram greve contra alterações nas reformas

Centenas de milhares de funcionários públicos britânicos abandonaram, esta quinta-feira, os seus postos de trabalho para protestar contra os planos do Governo de alterar o sistema de pensões de reforma.

A greve, uma das maiores dos últimos anos, foi convocada por cinco sindicatos – que representam cerca de 750 mil funcionários públicos – e teve a duração de 24 horas.

Os protestos, que contaram com a participação de professores, funcionários de aeroportos, portos e estações de comboio, funcionários de tribunais, de centros de emprego e de outros serviços públicos, representam um desafio inédito para o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

Mais de 40 por cento das escolas em Inglaterra e País de Gales foram encerradas e, de acordo com a BBC, informação obtida junto de 75 por cento das escolas públicas em Inglaterra revela que um terço deverá encerrar, um terço abrirá normalmente e um terço das escolas serão “parcialmente afectadas”.

No País de Gales, mais de mil em 1800 escolas estatais estão encerradas ou, pelo menos, a funcionar de forma parcial. As autoridades avisaram todos os que desejam viajar nesta quinta-feira para eventuais atrasos, mas até ao momento, apenas os passageiros que aterram no Reino Unido, e não os que desejam partir, estão a enfrentar longas filas de espera.

As medidas a ser aprovadas pelo Governo farão com que as reformas passem a ser calculadas sobre a média dos anos de trabalho, em detrimento dos últimos salários. A idade da reforma deverá também aumentar dos actuais 60 para 66 anos, a partir de 2020.

Medidas que não são vistas com bons olhos por sindicatos e funcionários públicos, mas que o primeiro-ministro vê como integrantes de uma reforma “essencial”, devido ao envelhecimento da população. David Cameron sublinha que uma maior esperança de vida implica uma mudança nas pensões do sector público para garantir que elas são sustentáveis.

As alterações nas pensões e idade de reforma – com os trabalhadores a pagar contribuições mais altas para as suas pensões e a prolongarem a vida activa – fazem parte do plano do Executivo britânico que visa, até 2015, reduzir um défice que em 2010 ultrapassou os 10 por cento.

Apesar da enorme adesão à greve, o maior sindicato dos funcionários, o Unison, decidiu não participar, tendo preferido antes esperar pelo resultado das negociações com o Governo. Cameron chegou mesmo a classificar a paralisação como “irresponsável” já que as conversações entre sindicatos e ministros ainda não estão concluídas.

Já em Março, Londres foi palco de uma manifestação contra as medidas de austeridade do Governo, que levou para a rua cerca de meio milhão de pessoas.

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