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Fugas facilitadas na Cadeia Central da Machava

A Cadeia Central da Machava está mergulhada num clima de tensão e de desconfiança na sequência de contínuos casos de retirada ou fugas facilitadas de reclusos.

Castigo Machaieie, director daquela penitenciária, disse que as fugas estão a preocupar a instituição, porque todos os condenados devem cumprir as respectivas penas, facto que não está a acontecer devido a estes actos.

Dados oficiais indicam que de Abril a esta parte, pelo menos quatro reclusos que cumpriam penas de prisão naquela instalação prisional terão deixado a penitenciária como resultado de esquemas montados para facilitar a fuga de presos, num cenário que está a ganhar proporções alarmantes.

Machaieie é citado pelo matutino “Noticias” a revelar que, no passado os reclusos saltavam a vedação, mas nos últimos tempos os prisioneiros abandonam o centro através de mandados de soltura falsos ou desaparecem na ida ou no regresso do hospital.

A título de exemplo, a fonte explicou que a 24 de Abril, o recluso Pedro Macucule terá sido levado para uma alegada consulta no Hospital Central do Maputo (HCM) e nunca mais voltou à cadeia.

Segundo a fonte, consta que à saída da maior unidade sanitária, os dois guardas que o acompanhavam apanharam boleia de um familiar do detido na segurança que iam à Machava.

No entanto, pelo caminho terão sido intoxicados através de sumos servidos na viatura e só viriam a despertar já abandonados na via pública, nas imediações da cadeia. O último caso de saída orquestrada deu-se semana passada e seguiu-se a um mandado de soltura com o nome trocado.

Neste caso, alegados funcionários da cadeia apercebendo-se da aproximação dos dias da saída de um recluso condenado a três meses de pena efectiva e 15 dias de multa, trataram de ludibriar, com sucesso, os funcionários da cadeia para que um outro prisioneiro, que devia ficar na cadeia oito anos, saísse no lugar do verdadeiro.

Na sequência deste caso, um funcionário da cadeia de nome Frederico Dimande, afecto à área de Controlo Penal e Segurança foi detido, mas os colegas acreditam que ele terá sido apenas um bode expiatório, numa cilada orquestrada por alguns membros da direcção da cadeia.

O director da Cadeia Central da Machava, Castigo Machaieie, garantiu que este tipo de esquemas leva a medidas disciplinares ou criminais contra os envolvidos, tendo apontado o caso de Dimande.

Segundo fontes daquela penitenciaria, numa das paradas, Castigo Machaieie disse perante todos os trabalhadores que a maioria das fugas era orquestrada pelos membros da direcção.

Entretanto, abordado sobre a afirmação, o director disse que estava apenas a alertar às chefias, para que, caso estejam envolvidas nas fugas, saibam que um dia serão descobertos e responsabilizados.

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