Em paralelo com as acções de mobilização do eleitorado para afluir em massa às urnas no próximo dia 28 de Outubro em curso, a máquina partidária da Frelimo na diáspora já esta a preparar o programa que vai marcar o encerramento da campanha eleitoral no Círculo da Europa, particularmente em Portugal, segundo revelou a AIM fonte partidária em Lisboa. Inspiradas no slogan “façamos destas eleições um momento de festa”, brigadas da Frelimo, distribuídas em várias cidades lusas, procurando fazer passar mensagens para que o eleitorado vote no Partido no poder em Moçambique e no seu candidato às presidenciais, Armando Guebuza, estão igualmente empenhadas na organização de convívios que vão marcar o encerramento do processo de “caça” ao voto.
No caso de Lisboa, a capital portuguesa, a festa está programada para o dia 25 de Outubro em curso na sede da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA). À semelhança do convívio organizado pela Comunidade moçambicana em Portugal, com apoio da Embaixada de Moçambique neste país europeu, para assinalar o 17/º aniversário da assinatura do Acordo Geral de Paz (AGP) de Roma, no dia 04 de Outubro, a Frelimo, provando, mais uma vez, a maturidade e capacidade organizacional, já está a angariar apoios tanto dos seus membros e simpatizantes, bem como de diversos sectores, para o “sucesso” daquilo que será o último encontro de pedido de voto e de balanço dos 45 dias de campanha eleitoral.
A campanha eleitoral, com vista as quartas eleições legislativas e presidenciais em Moçambique, que este ano coincide com as primeiras das Assembleias Provinciais, arrancou no dia 13 de Setembro no país e na diáspora. O Círculo Eleitoral da Europa inclui neste momento Portugal e Alemanha elegendo um deputado a Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano. A diáspora participa apenas na eleição do Presidente da República e de deputados a AR. No recenseamento de raiz efectuado este ano nesta parcela do mundo, o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) registou um total de 1.154 eleitores, dos quais 848 em Portugal e 306 na Alemanha.
Este número de potenciais eleitores será disputado por três partidos, nomeadamente a Frelimo, Renamo e o recém-criado MDM (Movimento Democrático de Moçambique) de Daiz Simango. O MDM, excluído nas legislativas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), por “irregularidades” processuais, concorre neste Círculo apenas nas presidenciais.
“A CNE amputou o MDM. Mas vamos trabalhar para as Presidenciais”, disse o coordenador do MDM em Portugal, Zacarias Abdula, em contacto com a AIM, em Lisboa, depois do veredicto do Conselho Constitucional que confirmou a decisão da CNE de excluir este partido em nove dos 13 Círculos Eleitoral que havia concorrido, incluindo a diáspora. No início da campanha eleitoral, Zacarias Abdula excluiu a hipótese de “caça” ao voto em convívios de grandes concentrações, privilegiando contacto com potencial eleitor via telemóvel (SMS), Internet e outras formas.
No caso da Europa, as mensagens de pedido de voto deste partido são mais direccionadas aos jovens estudantes moçambicanos em diversas Universidades e outros estabelecimentos de ensino. Sobre a programação da Renamo, a AIM ainda não dispõe de dados, uma vez que o candidato a deputado da AR deste maior Partido da oposição moçambicana pela Europa, António Pedro Chichone, um jovem estudante e trabalhador, se encontra na Alemanha, no âmbito da campanha eleitoral.
Enquanto isso, no âmbito do prosseguimento das acções de campanha eleitoral na diáspora para as eleições de 28 de Outubro em Moçambique, brigadas da Frelimo trabalharam em vários pontos de Portugal, no fim de semana, com destaque para Faro, no Sul, Lisboa, no Centro, Porto e Braga, no Norte do país. Com efeito, a chefe da Brigada Central do Partido Frelimo em Portugal, a deputada da AR, Beatriz Ajuda, orientou mais uma acção de “caça” ao voto na cidade de Faro, no domingo. Recebida por membros e simpatizantes da Frelimo, bem como outros presentes, Beatriz Ajuda falou da importância de todos os recenseados votarem no dia 28 de Outubro no Partido e no Candidato da Frelimo, Armando Emílio Guebuza, “para a continuidade do Programa de Combate à Pobreza que nos últimos 5 anos o Governo implementou com sucesso”.
Ela destacou ainda a necessidade do associativismo no seio dos moçambicanos do grande Algarve, de modo a “permitir que encontrem soluções dos problemas que afectam às comunidades na diáspora, mas também a darem o seu contributo ao processo de desenvolvimento de Moçambique, mesmo estando no exterior”. Os presentes “garantiram a vitória retumbante da Frelimo naquela região de Portugal”, disse à AIM, em Lisboa, fonte partidária, esta terça-feira. “Manifestaram o interesse e a disponibilidade de o mais breve possível aprofundar a discussão entre si que vise a criação duma estrutura congregadora dos moçambicanos, a começar pela formação da (s) célula (s) do Partido Frelimo”, acrescentou a mesma fonte.
Ainda no âmbito da campanha, Beatriz Ajuda trabalhou com mulheres congregadas na OMM (Organização da Mulher Moçambicana), com quem abordou o papel da mulher durante as campanhas eleitorais. Ela exortou também para a união das mesmas, o que permitirá a realização de várias tarefas, bem como a angariação de mais mulheres para a Organização, criando assim condições para a participação massiva nos próximos pleitos eleitorais, garantindo o sucesso do Partido Frelimo.
“Foi peremptória da necessidade de a OMM organizar actividades que concorram para angariação de fundos, apresentando a gastronomia e a cultura moçambicanas, bem como actividades de carácter social a nível de Portugal”, avançou a fonte. Em Braga, segundo um breve balanço da campanha a que a AIM teve acesso, a Frelimo “está tranquila e confiante na vitória, tendo em conta que a comunidade residente identificou-se com o manifesto eleitoral”.
“Foi exactamente isto que fomos assegurar” no encontro/balanço dos 30 dias de campanha eleitoral no domingo, no Porto, disse o Secretário da Célula do partido de Braga, Venceslau Pedro Muiuane. Segundo ele, fazendo uma avaliação objectiva àquilo que tem sido esta campanha em Braga “podemos afirmar que estamos confiantes e (os eleitores) asseguram o seu voto na Frelimo e em Guebuza”.
A mesma fonte sublinhou que, apesar de já “termos conseguido namorar 100 por cento do eleitorado, esta semana vamos primar na campanha porta-a-porta e interpessoal de forma a continuar a pedir votos. Destacaremos os feitos da Frelimo e de Guebuza” no concernente, por exemplo, a extensão da rede escolar, hospitais, melhoramento e aumento do sistema de água, linha de energia eléctrica para mais perto da população, razão pela qual Moçambique tem hoje uma das economias mais dinâmicas de África.
À semelhança do que vai acontecer em Lisboa, na zona Norte de Portugal estão igualmente programados convívios (música e churrasco) no dia do encerramento da campanha eleitoral (25 de Outubro). O balanço dos 30 dias da campanha da Frelimo em Portugal “é positivo”, concluiu, por seu turno, Beatriz Ajuda.