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Frelimo desvaloriza ameaças de Dhlakama

A Frelimo, partido no poder em Moçambique, desvalorizou as ameaças do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de incendiar o país, considerando não haver condições políticas, materiais e nem psicológicas para agir nesse sentido.

Há dias, o líder do maior partido da oposição em Moçambique disse que o “país iria arder” caso os resultados das eleições realizadas mês passado fossem fraudulentos. Dias mais tarde, Dhlakama negou ter dito que “incendiaria o país”, argumentando que, de facto o país arderia, mas seria incendiado pela Polícia, na tentativa de dispersar as pessoas envolvidas em manifestação de repúdio aos resultados do sufrágio. Em reacção a estes pronunciamentos, o Secretário da Frelimo para a Mobilização e Propaganda, Edson Macuacua, disse não haver condições para materializar estas ameaças, por isso as declarações de Dhlakama deviam ser reduzidas a “sua própria insignificância”.

“Aliás, neste momento, o líder da Renamo não está a preparar nenhuma guerra, pois ele cruza-se com cidadãos em Nampula (Norte do país) a comprar mobílias para a sua nova residência naquela província”, disse Macuacua, citado pelo semanário “Magazine Independente”, acrescentando que “ora, quem compra mobílias não se está a preparar para a guerra. Está a preparar-se para desfrutar da paz”.

Segundo considerou Macuacua, a Renamo está descontrolada, desesperada e desnorteada e o seu líder perdeu uma oportunidade de ficar calado. “Este discurso do seu líder está desfasado do contexto histórico, político e jurídico actual do país. Com estas declarações, o líder da Renamo provou que não cresce, não muda, não evolui e mantém-se igual a si próprio”, sentenciou.

Ainda na mesma entrevista, Macuacua reagiu as alegações de algumas correntes de opinião segundo as quais a clara vitória esmagadora do seu partido nas eleições de Outubro passado representava o fim da democracia em Moçambique. A fonte considera que essa é uma leitura equivocada da lei já que o exercício democrático tem o seu valor e dignidade na constituição. Segundo ele, o fundamento da democracia é que a soberania reside no povo e que este é quem escolhe livremente sua liderança. “Isso é o que está a acontecer em Moçambique. A democracia não se esgota no mero exercício de voto.

Democracia é a participação dos cidadãos na vida política, económica, social e cultural do país e que, naturalmente, será aprofundada no próximo mandato. Aliás, é um processo de construção permanente e assente no respeito pela vontade popular”, disse ele, sublinhando que “essas eleições representaram a consolidação da democracia moçambicana”.

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