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França confirma a morte do atirador de Toulouse depois de disparos com a polícia

O governo da França confirmou que Mohamed Merah, o atirador de Toulouse, morreu, na manhã desta Quinta-feira (22), durante um ataque da RAID, a tropa de elite francesa, ao apartamento em que estava cercado desde a véspera.

O ministro do Interior francês, Claude Guéant, disse em entrevista que Merah resistiu à prisão e que houve troca de tiros. Ele saltou pela janela durante o tiroteio e foi encontrado morto no chão, encerrando 32 horas de impasse.

“No fim, Mohamed Merah saltou pela janela com sua arma na mão, continuando a disparar. Ele foi encontrado morto no chão”, disse Guéant.

Pelo menos três fortes explosões foram ouvidas durante a acção, e houve pelo menos quatro minutos de tiroteio no prédio de cinco andares, de acordo com as testemunhas.

Dois policiais ficaram feridos na operação. Uma ambulância dos bombeiros entrou pouco depois na área de segurança criada pela polícia, ainda segundo as testemunhas.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, deve fazer um pronunciamento sobre o incidente, que provocou a interrupção da campanha eleitoral francesa, na qual ele é candidato à reeleição.

Massacre na escola

Merah, um francês de origem argelina de 23 anos, teria confessado às autoridades francesas que matou três soldados, três crianças judias e um rabino para, segundo ele, “vingar a morte de crianças palestinas” e em represália à participação de tropas francesas na guerra do Afeganistão.

Ele chegou a falar que iria entregar-se, mas não o fez. Mais cedo, Guéant havia dito que durante a madrugada não foi possível estabelecer contacto com o suposto assassino.

Morrer com as armas na mão

O ministro Guéant disse que Merah prometera entregar-se às 22h45 da Quarta-feira (21), mas, quando restabeleceu-se contacto ele mudou de discurso. O rapaz teria dito que “queria morrer com as armas nas mãos”.

“Desde então, e apesar dos esforços para restabelecer o contacto por rádio e a viva voz, não houve nenhum contacto, nenhuma manifestação por sua parte”, afirmou Guéant.

“Houve um momento em que foram ouvidos disparos, mas não sabemos a que correspondem”, acrescentou.

O suspeito reivindicou a autoria dos três ataques no sul da França, nos quais disse ter agido “sozinho”, disse o procurador de Paris, François Molins.

“Ele não manifesta arrependimento algum”, a não ser por “não ter feito mais vítimas”, e vangloria-se de ter “colocado a França de joelhos”, acrescentou o procurador.

Pouco antes, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou aos representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque, segundo uma das representantes.

Nicole Yardeni, delegada local do Conselho Representativo de Instituições Judaicas (Crif), afirmou que Sarkozy fez a revelação durante uma reunião com os representantes das comunidades religiosas em Pérignon, perto do local onde o suspeito está cercado pela polícia.

“Ele tinha um plano para matar, na manhã desta Quarta-feira”, disse Yardeni. O atirador teria afirmado que tem ligação com a rede terrorista da al-Qaeda, mas que agiu sozinho.

Guéant também disse que Merah afirmou ter recusado a praticar um atentado suicida para a al-Qaeda, mas que teria aceite “uma missão geral” para um atentado na França.

Ele teria dito que recebeu instruções da al-Qaeda durante a sua viagem ao Paquistão. O cerco à casa é feito por policiais da RAID, a tropa de elite da França.

Três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas. De acordo com os relatos, o homem não mantinha nenhum refém no local.

A mãe do suspeito, o seu irmão e a sua companheira foram detidos como parte da investigação. As detenções, que segundo a lei francesa podem durar até quatro dias em casos de terrorismo, aconteceram na manhã desta Quarta-feira.

O ministro Guéant afirmou que são detenções preventivas. Explosivos foram encontrados no carro de um dos irmãos do suspeito.

O suspeito era investigado pela Direcção Central de Informação Interna (DCRI), desde um primeiro atentado em Montauban, quando dois soldados foram mortos.

No dia 11 de Março, este homem teria matado também um soldado de origem magrebina em Toulouse.

No dia 15, ele disparou contra três soldados do regimento de para-quedistas na cidade vizinha de Montauban, dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha, matando dois e ferindo um gravemente.

Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de Março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, Segunda-feira (19).

No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e em cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além dum capacete para evitar ser reconhecido.

Em todos os casos, o criminoso disparou na cabeça das vítimas “à queima roupa”, destacou o promotor de Paris, Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado.

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