O Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) considera que os fracos investimentos em infra-estruturas de comunicações poderão comprometer o aumento da teledensidade no país.
Esta preocupação foi manifestada pelo director-geral do INCM, Américo Muchanga, falando, esta Quarta-feira, em Maputo, durante o seminário sobre o papel das comunicações para o desenvolvimento rural, co-organizado pelo INCM e a Embaixada do Vietname no país.
É preocupante o facto das TDM estar a fazer poucos investimentos se tivermos em conta a necessidade de expandir a infra-estrutura para fazer crescer a teledensidade e para a tornar (a TDM) o operador dos operadores”, disse Muchanga, falando durante a apresentação sobre “Desenvolvimento das Comunicações em Moçambique”.
De acordo com os dados apresentados por Muchanga, actualmente a teledensidade (indicador usado para demonstrar o número de telefones em serviço em cada 100 habitantes) em Moçambique é estimada em 0,43.
Esse índice indica que o país não avançou muito nos últimos anos, uma vez que em 1997, a teledensidade era estimada em 0,42, numa altura em que a empresa TDM contava com um total de 65,6 mil subscritores. Igualmente, os investimentos desta empresa pública têm estado a reduzir nos últimos anos.
Com efeito, de 2006 para 2007, os investimentos das TDM baixaram de 60 milhões de dólares americanos para 18,6 milhões. No ano seguinte (2008), os investimentos subiram para 30 milhões, mas mesmo assim eram baixos comparativamente aos aplicados em 2006 e mesmo em 2005, que foram de 40 milhões de dólares.
Refira-se que Moçambique pretende aumentar os investimentos nas comunicações no sentido de cobrir metade dos postos administrativos até 2014, o que vai significar a expansão da rede telefónica cobrindo 70 por cento da população de cada uma das províncias do país. Actualmente, a rede de telefonia já cobre todos os 128 distritos do país, mas não chega em todos os postos administrativos.
Igualmente, a apresentação do director-geral do INCM indica que as TDM sofreram uma grande redução de clientes, com a entrada dos serviços do mercado de telefonia móvel no país, particularmente depois da entrada da segunda operadora em 2004, o que tornou esses serviços mais acessíveis até para o mais pacato cidadão.
Com efeito, o número de clientes das TDM baixou de 77,5 mil, em 2003, para 69,6 mil no ano seguinte, quando a companhia de capitais sul-africanos Vodacom entrou no mercado moçambicano, tornando-se na segunda operadora de telefonia móvel. Contudo, nos anos subsequentes, a carteira de clientes foi alargando-se até atingir 82 mil em 2009.
Mas mesmo assim, esse número é muito abaixo dos pouco mais de 7,3 milhões de utilizadores dos serviços de telefonia móvel. Aliás, actualmente, os maiores usuários dos serviços de telefonia fixa são maioritariamente empresas.